Hoje estava melancólica; pensava na amiga deprimida, na outra, que luta contra um câncer, na hostilidade estampada nas pessoas que vejo pelas ruas, no sentimento de desconfiança que minimiza a nossa energia amorosa.
Hoje resolvi reagir.
Então, me rendi ao convite. Compareci ao almoço de uma Associação de Amigos.
E nos ouvimos. E nos falamos. Olhos nos olhos. Apertos de mãos. Abraços efusivos. Como isto vale a pena! Como estes encontros reverberam no espírito!
Até quando o bicho homem sobreviverá? Pois há alguns bichos já em estado de extinção. Um dos mais ameaçados do planeta é o macaco muriqui. Originário da nossa Mata Atlântica, o maior da América do Sul, enfrenta a ameça do desaparecimento.
A palavra muriqui , em tupi, significa tranquilo. Ora, esse macaco é dócil, alimenta-se de frutas, folhas e flores. E logo ele vai sumir?
O que me chamou a atenção nessa espécie é que ele gosta de abraçar. E, quando abraça, dá um longo abraço. Precisamos aprender com os nossos irmãos irracionais. Muitos de nós não sabemos abraçar, tocar o outro com carinho genuíno. Não sentimos a ligação, é como se o sentimento estivesse amortecido. Beijamos, roçando os lábios na face do outro, rapidamente, numa atitude quase mecânica. E os abraços, muitas vezes, são frios, melhor que não os dessem.
Parece que estamos nos distanciando do amor. O amor que gera a felicidade, que cura, que alimenta a alma, que vive dentro de nós, que move o universo. O amor.
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