Os dois heróis__ Diogo e Barão, aclamados neste domingo estranho, mormaço fervilhante , nublado, sujeito a chuvas e tempestades. Rio de Janeiro, praia de Ipanema, oito horas, mar meio agitado, quase ameaçador, engulindo o que via pela frente.
Garrafas d'água, displicentes, pela areia escura. Corpos estendidos em panos coloridos. Passos apressados à beira do mar encrespado.
Repentinamente, aqueles dois incautos longe, tão longe... e um apito no ar. Céleres, Diogo e Barão correm velozmente. Já não são mais seres mortais comuns. Não. Crescem à nossa vista. Tornam-se heróis pela agilidade, firmeza , pelo raciocínio perfeito, competência nas águas turbulentas. Sabem o que fazer. São heróis do mar. NETUNO os respeita e abre as suas águas acinzentadas , os céus se alvoroçam e fragatas partem do horizonte rodopiando no ar e testemunhando tudo.
Nadam e enfrentam, destemidos, as ondas avassaladoras. Até que chegam aos dois rapazes e os enlaçam com seus braços acostumados a salvar vidas.
Diogo e Barão__ simples assim, de uma simplicidade comovente. Trazem até à areia os dois moços , avaliam suas condições e rumam pela orla, naturalmente, a colocar avisos em placas vermelhas: "Cuidado - Correntezas" .
Os pretensiosos, os tolos, os ingênuos continuarão a dar sustos. Mas eles, os salva-vidas, também estarão a postos, atentos ao mar e à vida humana.
Esta é a minha homenagem a esses bravos heróis anônimos, força da juventude lúcida e disposta a fazer o bem sem alarde.
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