sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PRA MEDITAR

"META

a gente busca


CAMINHO

a gente acha


DESAFIO

a gente enfrenta


VIDA

a gente inventa


SAUDADE

a gente mata


SONHO

a gente realiza."





sábado, 24 de setembro de 2011

A EXAGERADA NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO

   Alguns escrevem e isto lhes basta! A pura alegria da comunicação pela palavra escrita, o esmerar-se cada vez mais, a ampliação natural do vocabulário, o progresso do corpo mental, a revisão de fatos e imagens mentalmente enquanto se debruçam nesta arte.
    Mas nem todos se contentam com estas alegrias. Não é o que procuram. Algo mais os movimenta em torno da escrita, uma necessidade  grande de reconhecimento e de aplauso . Não fazem a arte pela arte! Estão em busca de um alimento à vaidade e à presunção, talvez; atributos que todos nós, infelizmente, carregamos atrelados ao espírito. Tolhem, assim, a sua capacidade criadora.  
     Na Revista Brasileiros, de maio de 2009, li uma entrevista com Lygia Fagundes Telles, em que ela narrava alguns fatos sobre um concurso de literatura em que tiveram que mudar o voto, pois o idealizador do mesmo queria, por motivos aleatórios __ que não os de mérito do autor(e quem os há de julgar?), que fosse outro escritor o vencedor e não aquele que recebeu o maior número de votos a favor.
     Quando fico sabendo de coisas assim, confirmo esta minhas conclusões e que aqui vão como meros pensamentos, análises, este é um traço do meu feitio. Não passo a vida batida. Antes, reflito, observo, analiso. Faz parte do processo do progresso. Ou não?
       Há muitos concursos  em grupos literários e o objetivo , parece-me,  seja este: avaliar quem é o melhor ... A melhor poesia... Coisa estranha... A programação deixa a desejar. Tão bom cada um com o jeito próprio de expressão, a natural maneira de redigir. Então, ao se apresentarem, ficam esplanando os títulos, os prêmios, quando, na realidade, queremos ouvir sua criações!...  Até em livros infantis casualmente descobri uma imensa relação dos títulos e de prêmios ganhos ao longo da vida literária. Isto não é uma apresentação. Ora, ora, será que  é adequado à criança?  Só faltava dizer: "Vejam como eu sou inteligente, quanto valor eu tenho, quantos prêmios me deram..." Esta foi a minha interpretação... Que me perdoem. Ganhar prêmio não significa que a sua criação tem mais valor do que a de outro criador. E será este um motivo de arrebatamento?
     O comportamento esperado, pelo menos de minha parte , é que  apresentem sua obras! Falem o que criaram! Não expliquem, não se delonguem na exposição de incontáveis, inúmeros prêmios! Isto não fará com que nos solidarizemos com a mediocridade. Acho até que são comportamentos muito imaturos, crianças precisando de atenção.
     Iniciei no camino da Literatura num concurso e ganhei prêmio de edição. Na época, foi muito oportuno, estimulante. Mas, com o passar do tempo, a percepção foi aumentando e chego à conclusão de que isto é muito pouco. Dedicar-me a explanar parágrafos e mais parágrafos, quando não,  páginas e páginas com toda a formação, os prêmios e tais cousas  nada acrescentam a quem lê. É mesmo para se gabar... como diria um amigo que gosta de abrir o baú e catar palavras quase obsoletas... Vã glória...
     Tão bom avançar, ir em frente, não permanecer na mesmice de relatos enfadonhos de autopromoção. Os que nos lerem saberão se o que escrevemos lhes agrada... Na minha opinião, isto é o importa. Fazer a obra e soltar no mundo.
      "A procura de prestígio mostra uma sede de poder. Quanto mais ego, menos verdade, menos beleza. Quem é realmente criativo não se preocupa com a fama; ele fica tão feliz na realização que o desejo desaparece, já é aquilo que sempre quis ser." (Osho)

(a autora na New York Public Library, na seção infantil)