O calor quase insuportável nos fez escolher um recanto pertinho de uma queda d'água. Aproximamo-nos e nos refestelamos a princípio. Depois veio o calor mais gritante, vieram os turistas barulhentos quais maritacas agitadas, apareceu um suspeito na escadaria que logo foi abordado pela segurança.
Uns mosquitinhos inoportunos, a queda de uma garrafinha d'água mineral no pequeno lago, que provocou o amigo Belmiro a resgatá-la bravamente(há quem diga, ao pé do ouvido, que foi somente uma desculpa para refrescar-se...)!...
Tudo isso e mais alguns fatos inesperados não corromperam a determinação nossa de mergulharmos na Poesia. O amigo Belmiro nos trouxe até o poeta Jânio Quadros(que eu muito admirava); Hilário, nos fez refletir com as palavras sábias de Niemeyer; a poesia de Bandeira esteve presente e o belo poema de Raul de Leoni__ Árvore de Natal nos deleitou. Além, claro, dos poetas presentes que nos cativaram com as próprias criações.
Por tudo isso creio, quase convicta, que a poesia não pode parar. Ela é chama ardente, fulgurante, coisa de alma. Ela nos alimenta , exerce poderosa sedução nos nossos corações, enfeita a vida.
Falo da Poesia, isto mesmo, com P maiúsculo. Desconsidero as que são, para mim, equívocos, que nada têm de poético. Arte é para elevar, não para chafurdar. Pode até ser bem construída, com técnica, apresentar-se 'enformada', mas isto não basta para a intitularmos de Poesia.
Minha Escola foi e é outra. É a Escola do Espírito, onde bebo a inspiração na fonte da Beleza e do Amor.
"Toda a verdadeira arte é uma expressão da alma. As formas externas se valorizam, apenas, enquanto são a manifestação do espírito interior do homem."
(Mahatma Gandhi, em O Rosário)