terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

TUDO FAZ SENTIDO

    Brisa mansa... Calmaria nesta terça-feira de sol forte.  Nuvens se aproximam. Umas pequeninas, indefesas, quase se desfazem pela insistência dos ventos travessos; outras maiores vêm chegando e, de vez em vez, escondem o sol.
    Pessoas caminham no seu passeio matinal. Sentada na cadeira de madeira do quiosque, eu beberico água de côco, deliciosa, doce, natural. E aprecio tudo. Tudo mesmo. Porque para mim tudo é belo, tudo faz sentido. Reverencio a Natureza e me embebedo dela.
    Perto, no alto da palmeira ao lado, o sanhaço canta. Longe, em frente, a areia se deixa bater pelas ondas. Mais longe ainda, as ilhas, os morros, arrematando a paisagem inspiradora.
    Nisso, um homem que caminhava um pouco acelerado, aparentando ter  uns quarenta e poucos anos, pára quase súbito. Olha na direção do horizonte. Observa com atenção. Resolve descer da calçada e enfrentar  a areia mole. Anda com dificuldade de tênis na areia fofa.  
    Vai andando devagar; a cada passo, o relógio brilha no pulso esquerdo. Talvez corra algum risco de ser assaltado, mas ele não parece preocupado com isso. 
    Quase à beira do mar, tira os sapatos. Anda. Pára novamente. Não se contém. Está determinado a ser feliz. Despe-se da camiseta branca e folgada. Prende-a de qualquer jeito na cintura da bermuda escura, despojada. Levanta os ombros como se suspirasse profundamente, aliviado! Acho que pensa:" Ah! Demorei muito a sentir esse prazer tão simples e  intenso!..." Dava pra notar que estava embevecido.
    Talvez fosse um turista. Sua pele excessivamente alva como leite me faz pensar assim.
 
 
   
   
   

sábado, 23 de fevereiro de 2013

QUAL O SEU NÍVEL DE ALEGRIA AGORA?

 
   " A alegria é a consagração da vitória. Estar alegre é a comprovação de que adotamos o rumo certo, que nossa vida caminha como esperamos, que nossos planos estão sendo realizados ou podem vir a ser concretizados." Estas palavras no texto Alegria de Voar abrem a revista de fevereiro deste ano da Avianca.
    Coincidência ou não, um amigo meu, respeitável coach, fez-me a seguinte pergunta: "_ Qual o seu nível de alegria agora e qual o que pretendo ao final do dia?" Numa escala de 0 a 10.
    Esta técnica, aparentemente singela, é quase uma alavanca para mantermos um sentir otimista, propício à criação em todas e quisquer atividades.
    Sem dúvidas,nesse momento, tendo que partir, sinto que a alegria de antes sucumbiu, o sorriso arrefeceu, não escuto mais o canto das maritacas alvoroçadas, aparentemente tudo está ermo e distante; é dia, faz sol, porém, em meu coração, é noitinha chuvosa. A alegria  nível dez de antes caiu para o nível quatro, quatro e meio.
    Despedidas sempre acontecem e oprimem o coração quando nos afastamos das pessoas com as quais temos vínculos de amor puro, forte. Magoamos as nossas almas quando nos distanciamos de quem amamos e por quem somos amados.
    Mas há que ser feito um esforço para reencontrar a alegria, bálsamo do espírito. Talvez hoje ainda consiga chegar ao nível 7, se tomar alguma cautela. Não assistirei os jornais da tv_ que arrefecem nossa vitalidade expondo os males da sociedade em que transitamos; ouvirei música suave, quase em surdina, para aprimorar minha energia; tentarei prestar atenção ao canto dos pássaros e procurarei sentir o hálito das flores. Vigiarei a mente para que não acolha pensamentos negativos.
    Sinceramente, acredito no poder da Vontade e na força do Amor, que podem modificar toda situação e todo sentimento.
    Crendo assim, já vislumbro uma certa quietude na alma e alguma disposição para avivar a alegria, mesmo longe daqueles que amo.
 
 
 
 
   

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

LÊ LÊ LÊ... TÊ RERETETE... RETÊ Ê Ê Ê... TERERE TETE...

     Manuel Bandeira... Olegário Mariano... Tipos assim  enriquecem a cultura de um povo. Cecília Meireles! Villa Lobos! E por aí vai a lista quase interminável  de pessoas criativas, criadoras, imaginativas, artistas.
     Descubro, por acaso, inúmeras letras feitas por Olegário e outros poetas que se tornaram canções sertanejas. Quanta riqueza! Quanta beleza! Quanta graça!
     Não sou saudosista, mas, ultimamente, reconheço, tenho cá uns momentos de nostalgia.
     Como berram alguns rapazotes que encaram um microfone(recuso-me a chamá-los de cantores)! E correm, e fazem trejeitos, rebolam pra frente e pra trás, insinuando(ou escancarando) a pelve, em movimentos quase  satânicos; quase porque não têm malévolas intenções, presumo.  Assim se exibem com uma naturalidade incrível, sem nenhuma timidez. Letras de fazer roer o coração, sem nenhuma expressão ou, pior, com uma reles malícia, vulgar. Te te re rê.. ou seria Le le le rê os refrões mais ouvidos ultimamente?... 
     As cantoras, antes com vozes incríveis, talentosas, cuidadosas nas apresentações, hoje se revelam deusas de Baco. Com uma super bunda e atitudes grosseiras , de corpos duvidosamente  sarados , pernas e coxas  à mostra( e  ficam puxando a roupa para tentar se cobrir...Essa é boa!), ou berram ou, então, sussurram palavras que não dizem absolutamente nada, imaginando-se, talvez, sensuais.
    Ai, como sofremos nós, geração dos anos  sessenta, que tínhamos por sorte um leque de artistas de talento a embalar a nossa mocidade. Resta nos encontrarmos  e relembrarmos os sucessos, as canções, os poemas, a genuína arte que encanta até hoje o nosso espírito.