sexta-feira, 14 de outubro de 2011

TERROR

O turista americano flagra a explosão no restaurante, o desmoronamento parcial do prédio, as vítimas sendo socorridas no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Pensou que era um ataque terrorista!... Já estão condicionados... explosão= terrorismo.


O restaurante usava gás ilegal.


Não, Sr. Turista Americano, não precisamos de terroristas. Nós mesmos nos aterrorizamos. Incultos, cheios de empáfia, de soberba, altamente complexados, com baixa autoestima_tanto que valorizamos por demais os outros países. Desprezamos, até mesmo achincalhamos(em filmes que ridicularizam a nossa História, por exemplo), as nossas bases, a nossa origem, o povo indígena, o seio africano, os colonizadores que deixaram suas marcas benfazejas. Somos esta mistura maravilhosa. Fazemos um discurso bonito, mas falso, pois desprezamos nossas origens, sim! Preconceituosos e ignorantes. Não, amigo Sr. Turista, não precisamos de terroristas!...


Importamos comportamentos, vícios e pensamentos. E esta mistura de raças nos fez tão criativos! Infelizmente a capacidade criativa mina-se com a fragilidade de raciocínio e com sentimentos de descrédito arraigados em nós ainda.


Quando melhoramos um pouquinho, o nariz arrebita, o olhar torna-se pedante, a aparência petulante. Mas vamos em frente!... Um dia nós, verdadeiramente, seremos instruídos e saberemos amar este país, respeitando o nosso passado, tentando compreendê-lo, assimilando as diferentes culturas que aqui deixaram suas sementes, cultivando a honestidade e, de uma vez por todas, banindo a ignorância, o atraso e a corrupção.


Não, Sr. Turista, definitivamente, não precisamos de terroristas. Nós mesmos já nos aterrorizamos.


sábado, 8 de outubro de 2011

LACERDAS


No tempo em que eu era estudante do Colégio Pedro II, o único imprevisto calamitoso que poderia ocorrer a qualquer um de nós seria o ataque imprevisível dos lacerdinhas!... Quem foi desse tempo e sabe do que estou falando?

Bastava usar roupa clara, especialmente amarela, passar debaixo de algum arbusto e lá vinham eles sobre nós, em nuvens, pobres mortais indefesos àqueles insetinhos pra lá de inconvenientes!...

É bem verdade que, além da chateação, eles colocavam nossos olhos vermelhos, inchados e ardendo como fogo! Eram mesmo muito desagradáveis. Levávamos um tempão até que as vistas melhorassem.

Os rios da cidade eram limpinhos, pois o então governador Carlos Lacerda não deixava a sujeira acumular. Nem mendigos e malandros pelas ruas. Uma época em que a cidade do Rio de Janeiro e seus habitantes eram cuidados.

Hoje está bem pior; essa juventude de agora não imagina os tempos tranquilos e amenos de antes.

Noutro dia eu estava numa esquina, aqui em Ipanema, quando uma fumaça esbranquiçada e intensa começou a subir pelos meus pés. Estava em cima de uma daquelas tampas nervosas que deram agora pra voar, matar, atemorizar. Nossa! Fiquei atônita. Atravessei e vi quando um carro da Light chegou e colocou uma bandeirolas ao redor. Viva!

São muitos os problemas de hoje. Mas não sou saudosista, não! Até porque meu tempo é o hoje. Não vou ficar discorrendo sobre os baitas problemas que nos incomodam. Ladrões, corrupção (isto tudo já existia, mas em números menores...), má educação, professores despreparados, mosquito que mata, violência, sociedade minada pelas drogas, depressão, péssimos médicos que esquecem seus juramentos... A listagem é grande.

Então, pra amenizar o percurso da vida, ou para vivê-la melhor, me incluo na prática da Meditação, no mergulho na Poesia, na apreciação das Artes, na contemplação do horizonte, nos passeios ao Jardim Botânico, no convívio agradável das amizades.

Dirão alguns:" _ E na ajuda ao próximo? "

Bem, isto é fundamental até para a sanidade mental, mas quando se ajuda alguém , não é preciso que se proclame. Há de ser um comportamento natural e rotineiro.

Não preciso sentir saudade do tempo dos lacerdinhas; os pássaros vieram na minha janela; o sol brilha como nunca e hoje o virtuoso Yamandú Costa se apresenta no Teatro Municipal! Ainda bem que coisas boas acontecem.


Amigos, se este site não corresponder a sua expectativa, perdoem-me; tentei atualizá-lo como o próprio blogger sugeriu e aconteceram coisas imprevisíveis: meu nome quebrado, nomes dos seguidores desaparecidos e outras coisas mais, como, por exemplo, não consigo baixar fotos. No entanto, escrevo como sempre, acalentando a idéia de que vocês se importarão mais com a leitura do que com a apresentação.

Mais uma vez peço desculpas e espero que o site conserte isto.Um grande abraço.



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MINHA VOZ SERÁ OUVIDA?...

TENTEI ATUALIZAR ESTE BLOG, COMO SUGERIRAM; O QUE ACONTECEU FOI QUE MEU NOME, AO LADO DO RETRATO, SAIU TODO CORTADO, OS NOMES DOS SEGUIDORES DESAPARECERAM E NÃO CONSIGO MAIS POSTAR FOTOS. DE MODO QUE ME PERDOEM AQUELES QUE ME LEEM, PORÉM, ESTÁ HAVENDO ESTA DIFICULDADE E NÃO SEI RETORNAR AO ANTIGO MODO DE POSTAGEM. COMO ESTE BLOG FOI MENCIONADO POR MIM NO MAIS RECENTE LIVRO DE MINHA AUTORIA__" NA TRILHA DA POESIA__ poesia para crianças dos 8 aos 88", TENTO CONTINUAR NESTE BLOG, CASO ALGUM LEITOR ACEITE MINHA SUGESTÃO E CONFIRA AQUI OS MEUS ESCRITOS.

SE ALGUÉM QUE ME LÊ SOUBER COMO FAZER, POR FAVOR, ME ORIENTE. FICAREI MUITO GRATA.

E VIVA A MODERNIDADE COM SUAS AINDA PRECÁRIAS REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS!...

sábado, 1 de outubro de 2011

PUREZA



Num cruzamento nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas, há alguns anos, eu estava parada no sinal, dirigindo o meu velho e fiel Opala. Chovia, era inverno, os vidros estavam fechados. E aproximaram-se alguns garotos, sendo que um, em especial, serviu-me de inspiração. Até hoje ao lembrar-me da cena, me emociono. Então, compus...


PUREZA

Aquele negrinho que vi por minutos

Ria...

Por dentro eu chorava,

Pois ele não compreendia

A real situação

Naquela sua euforia:

A miséria o confortava

A fome o conduzia

O frio o enregelava

E ele sorria, sorria...


Conversando hoje com uma amiga, discordamos quanto ao motivo que estaria na base de toda a violência e hostilidade que vem crescendo assustadoramente na sociedade. É gritante o comportamento cada vez mais agressivo da população. Um alto nível de stress, como um atordoamento.

Ela acha que seria o desnivelamento social e econômico; eu creio que há algo mais, há algo oculto que deforma a consciência. Creio também que existe uma luz, uma inquietação sublime acrisolada em cada ser.

Ser pobre não é motivo para ser cruel, mau, invejoso. Não.

Essa inocência, essa pureza mencionada acima, nos faz perceber que doce somos todos nós, que bons somos todos nós. Entreguemo-nos a essa luz macia da bondade e do afeto e deixemos que ela inunde o nosso espírito.