"...
O amor virá encher o céu e o azul, o abismo e a grande nuvem
E envolverá de vida o Amor como a morte ao mendigo."
(Augusto F. Schmidt)
A morte do grande político pernambucano e a escassez da água no sudeste são destaques do noticiário. Quanto ao político, a comoção é grande, principalmente no seu estado; quanto à carência da água, receio que o povo ainda não se conscientizou da grande enrascada.
Desconheço alguma ação dos governantes para realmente solucionar tal catástrofe! Há que se ter cérebros desenvoltos , amor e muita vontade para resolver este empecilho para que a vida siga o seu curso.
Junto a estes assuntos, pairam também outros, diversos. Um deles é sobre a escassez do amor. Do amor de verdade!
Vejo que o coração se move de quando em quando; porém, aquele sentimento vibrante, de entendimento e dedicação, não consigo vislumbrar. Evidentemente, existem as raras exceções. Ainda bem!...
Casais distantes, muitas traições, corações bloqueados fingindo gostar por diferentes motivos... E isto é triste. Muito triste.
Em que momento o amor definha? Espera-se muito do outro. Às vezes, o outro não tem a qualidade tão desejada.
O que dizer do homem que fala que gosta, mas cuja fala torna-se, ao longo do tempo__ plasmada na inquietude, na tola vaidade, no azedume dos complexos, na irritabilidade do orgulho desmedido, um som apenas, monótono e vazio? Pura ilusão que não aquece o coração, que só promove tristeza, melancolia e impaciência.
Esquartejaram o amor verdadeiro. Aliás, quando me refiro ao amor , estou falando do verdadeiro, claro! Portanto, não darei mais nenhuma outra virtude à palavra 'amor', pois ele, o amor, já é tudo!
Acredito que atualmente a vida possa ser mais rica, mais palpitante mesmo sendo vivida só. Cada vez mais a convivência torna-se difícil. É preciso que haja aquela boa liga nos corações, se é que queiram compartilhar a vida.
São gostos, atividades, interesses diferentes. E falta delicadeza, esta a palavra-chave: delicadeza. Um alguém que diz que gosta, mas provoca o distanciamento, pela atitude desatenta, arrogante e desrespeitosa está longe de conhecer o amor. Não sabe o que é gostar.
Um poema de Manoel Bandeira intitulado ARTE DE AMAR, talvez explique a incoerência daqueles que dizem amar , mas magoam:
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a alma,
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus __ ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.