As amizades são flores no jardim da existência.
A vida caminha... ritmada, constante e rápida como um sonho. Se quisermos, poderemos adquirir novas virtudes, anular defeitos, fortalecer , quem sabe, algumas qualidades que já ornamentam o nosso espírito.
Agora, tenho tido mais tempo para estudar, ler e me dedicar à reflexão. E, naturalmente, analiso as amizades, principalmente as que nos acompanham ao longo do tempo. Afinal, as amizades se constituem nos alicerces da vida. Surpreendo-me então, pela possível ruptura da sintonia fina que antes nos prendia aos suaves laços do companheirismo.
Entristeço-me, pois não sei o que fazer ante àquela conversa insípida e sem graça. Ouço, ouço e percebo que o que temos em comum é pouco para rechear as nossas conversas...
Umas vivem em perene depressão __ a doença do século; outras, estabelecem uma ligação forte com o desânimo e a descrença; Mais outras estão decididamente propensas a discorrer, em suas falas intermináveis, sobre os mínimos detalhes das doenças algozes e algumas, que ainda conservam um mínimo de alegria, vivem às pressas, fruto de um ambiente estressante.
Constato estupefata que aquele tempo de conversas tranquilas, de entendimento, de ajuda mútua, de momentos de confidências partilhadas perdeu-se...
Ah! Se nos renovássemos a cada dia!... Se pudéssemos manter a chama da curiosidade ante à vida!...
Resgataríamos nossos encontros e as nossas atitudes seriam gentis, elegantes, as conversas animadoras, estimulantes! Retornariam as visitinhas simpáticas e alegres regadas a lanches saborosos e todo aquele frescor de antes tornar-se-ia ainda mais aconchegante, mais amigo. Seria uma amizade madura, consistente e doce como o bom fruto da árvore da vida.
Mas percebo que este desejo é o meu. Fora ceifado dos outros corações, distraídos pelos atropelos da vida que segue, pelos hábitos, pela enfadonha rotina que nos tolda o pensar criativo e feliz.
Compactuam com a tristeza, com a melancolia, com a negatividade que se alastra a mãos cheias, com a violência, pois, à medida que vasculhamos estes assuntos, caímos na sua malha terrível da insanidade.
O tempo passou ... passa... e o que vejo__ com raras exceções, são o desmantelo mental , a vontade frouxa e o encarceramento em ideias de medo.
E fico a cismar se haveria alguma maneira para tentar recuperar aquele fulgor das tão valiosas companhias de outrora.
E fico a cismar se haveria alguma maneira para tentar recuperar aquele fulgor das tão valiosas companhias de outrora.