Lembro-me ainda, era menina e morava numa casa acolhedora no final de uma bucólica vila, na zona norte da Cidade Maravilhosa.
Mamãe sempre pressurosa, atenta a tudo e a todos. Cuidava da casa com esmero. Ao final do dia, papai colaborava, colocando o lixo no grande latão forrado até a borda com jornal. Pela manhã, o caminhão estacionava à entrada da vila e o lixeiro recolhia o lixo de cada residência.
Depois de ler a matéria de certa revista, que discorre sobre a implantação do 'lixo zero', a memória ativada percorreu a infância, num tempo em que sacos plásticos não eram comuns. O que comprávamos em padarias e armazéns vinham em embalagens de papel.
Dezenas de entrevistas e reportagens aguçaram tanto a minha curiosidade como a minha criatividade. Há algum tempo rejeito as sacolas do mercado; decidi que um carrinho de feira, desses modernos, fechados, pode ser bem útil. Com ele sigo ao horti- fruti, ao mercado, à feira, à padaria...
Compras pequenas? Coloco-as diretamente na bolsa, junto com a nota, é claro. Por exemplo, quando vou à farmácia. Mesmo os saquinhos de papel podem e devem ser desprezados.
Meu neto aniversariou e observei a quantidade enorme de papel e caixas de cartolina e de papelão embalando os brinquedos. Constatei, então, que a consciência ecológica esta só começando.
Uma mudança de hábitos torna-se difícil porque é trabalhosa. O caminho é longo. "Num país onde ainda se descarta lixo nas ruas e sofás em rios..." , pensar e agir de forma coerente para nos salvarmos e também o planeta lindo e vivo como a Terra, é tarefa espinhosa.
Estamos acostumados ao desperdício e ao consumo supérfluo. Sujeitarmo-nos a novas regras e costumes, criarmos um novo olhar observando o desenrolar ativo da natureza que tudo transforma é o nosso mais recente, implacável e urgente desafio.
Abandonei o hábito da lixeirinha na pia; reaproveito ainda alguma sacola na lixeira da cozinha; o recipiente para colher o lixo do banheiro agora forro com uma folha de jornal. Quanto ao material reciclável, como latas, potes de vidros e vasilhames, passo água antes de separá-los. Mandar o material limpo, dizem os entendidos, seria a maior ajuda que a sociedade poderia dar. Simples atitudes mas que demandam atenção, dedicação e um pouquinho a mais do nosso tempo.
O nosso planeta é um ser palpitante e merece de nós todos os cuidados para que não sucumba pela nossa frieza, decadência e má educação.
Reduzir o consumo( quanta coisa joga-se fora!), recusar sacolas, reaproveitar, reciclar: esta é a nova mania que, espero, dure para sempre!...
Devagarzinho vamos contribuindo, fazendo a nossa parte.