O ar de outono me comove. Escrevo sentindo a brisa da tarde entrando pela janela ao meu lado. Traz com ela o tempero do mar...
Os céus estão azuis límpidos, sem uma nuvenzinha sequer. De vez em vez, pousa no bebedouro o colibri tesourão, fazendo um barulhinho peculiar e me olhando, com desconfiança, um pouco assustadiço.
Certo dia, entrou, deu algumas voltas por sobre a minha cabeça e saiu, voando em disparada pela janela. Quando os raios do sol o tocam, vemos suas cores verde e azul brilhantes.
A Natureza pode ser bela! Colorida, cheia de mistérios e encantos. Mergulhar nessa estranheza , descobrir atividades que absorvam a atenção neste meio, nos faz desenvolver a consciência da vida e nos dá um suporte emocional, eu creio nisso.
Cada um segue o caminho que mais lhe agrada, ou que pode seguir, ou aquilo que conhece...
Muito bom é quando descobrimos algo que nos promove a legítima alegria. Sem dúvida, que o convívio familiar é fundamental para o nosso próprio equilíbrio, mas, às vezes, penso que, a partir do momento em que dependemos dos outros para atingirmos nosso bem-estar, corremos um certo risco. Cada um tem sua vida, seus interesses, seus infortúnios. Aprender a viver sozinhos, às vezes, por força das circunstâncias, é tarefa para quem sabe ou se dispõe a conhecer e a usar as ferramentas que a vida dá: inteligência, vontade, confiança, alegria inata .
Muito bom é quando descobrimos algo que nos promove a legítima alegria. Sem dúvida, que o convívio familiar é fundamental para o nosso próprio equilíbrio, mas, às vezes, penso que, a partir do momento em que dependemos dos outros para atingirmos nosso bem-estar, corremos um certo risco. Cada um tem sua vida, seus interesses, seus infortúnios. Aprender a viver sozinhos, às vezes, por força das circunstâncias, é tarefa para quem sabe ou se dispõe a conhecer e a usar as ferramentas que a vida dá: inteligência, vontade, confiança, alegria inata .
Reconheçamos que a vida fica mais leve com as amizades; a troca de ideias, muitas vezes de confidências, o saber de que pode contar com alguém, tudo isto também nos promove saúde mental e emocional.
Assim como a discórdia, num meio onde a união deveria prevalecer, destrói toda aquela formosura de sentimentos construído, dia a dia, pacientemente e com determinação. O vento da discórdia traz inquietudes e insanidades. E, pergunto, pra quê? Muito melhor cultivarmos a atitude de pequenos gestos delicados e preservarmos a gentileza nas nossas relações humanas. O coração agradece.
Assim como a discórdia, num meio onde a união deveria prevalecer, destrói toda aquela formosura de sentimentos construído, dia a dia, pacientemente e com determinação. O vento da discórdia traz inquietudes e insanidades. E, pergunto, pra quê? Muito melhor cultivarmos a atitude de pequenos gestos delicados e preservarmos a gentileza nas nossas relações humanas. O coração agradece.
Atitudes levianas partem de corações omissos; escárnios saem de bocas acostumadas a falar em demasia sobre si, sem ver e sentir o outro. Estabelecer a ligação com o outro é preciosa determinação para recuperarmos de vez aquela alegria íntima, verdadeira, muito diferente da euforia baseada em ilusões.
Dia desses padeci um grande abalo; pensei em falar com uma amiga querida sobre um fato que me angustiou; porém, me detive. Já era de noitinha e não quis aborrecê-la com problemas meus. Tentei superar aquela angústia e consegui apaziguar a turbulência no meu espírito. Ainda bem.
Poucos dias depois, encontrei-me com esta mesma amiga para tomarmos um café e colocarmos o papo em dia. Então, açoitada por uma dor inenarrável, agredida pelo destino, que a enlaçara numa doença terrível, ela se abriu comigo e confessou-me seu sofrer. Tentei consolá-la e procuramos conversar amenidades, distraidamente, depois do baque da novidade triste.
Acho que, para preservarmos a paz, em qualquer situação na vida, devemos sair do nosso pequeno mundinho egoísta. Também vale aperceber-se da natureza ao redor... que seja o baloiçar dos arbustos pela brisa fresca de uma manhã de outono... ou, ainda, deixar-se encantar pela aproximação efêmera de alguma ave.
"...
O ar de outono é fresco.
Clara, a lua.
Folhas secas
se juntam e se dispersam.
...
vi o quanto doía
a saudade.
Se maior, mais fundo penetra.
Se menor, faz-se infinita.
Dor tamanha
preferível não te conhecer."
(Vento de Outono,Li Bai)