No mundo de hoje, da tecnologia avançada, o amor está escasso. Escassas estão as delicadezas da conquista, os tímidos olhares furtivos, o suor frio à medida que se aproximavam, os pequenos poemas criados a partir de um sentimento intenso que ruborizava os apaixonados.
"...
Sempre é bom recordar quando se tem na vida
A lembrança feliz de uma cousa perdida
De uma emoção qualquer que nos causou surpresas
Recordar é a melhor de todas as tristezas
..."
Nada se compara àquele amor de outrora! Um amor submisso à aquiescência dos pais da moça, à hora marcada para o retorno do passeio, tudo como mandava o figurino, dizia-se.
Hoje nem entendo bem o processo. Primeiro, é o tal do 'ficar', que, pelo que percebo na linguagem chula e empobrecida dos jovens de agora, é o 'rala e rola' , preliminares da relação sexual; sim, porque já no 'namoro' ela acontece. Assim, pa-pum!... Tudo rápido, de acordo com a volúpia instalada no seio da sociedade atual.
Dia desses, liguei a tv e deparei-me com as mulheres-fruta, com uns quadris desproporcionais, entupidos de silicone...Eca!... Aliás, peitos e quadris, pra não dizer bundas. Pareciam uns monstrengos. Deformadas. E os homens enlouquecidos, apreciando o rebolar intenso e escabroso daquelas criaturas, que se esmeravam num contorcionismo indecente.
Quando jovem, bonita, eu me envergonhava dos quadris. Achava-os volumosos e procurava escondê-los em blusas fartas e compridas.
E eu me pergunto o que é que está acontecendo?
Os jovens de agora casam-se depressa, descasam-se mais depressa ainda, todos transtornados pelo desejo exacerbado. Instigados por uma atração febril, pelo instinto bestial.
Sinto um pouco de tristeza quanto aos jovens que sofrem este tipo de sugestão e não despertam, ou demoram a despertar para os valores da vida. Da vida aconchegante num lar_ ninho de acolhimento, de esperanças e de amor.
Nada se compara à atração induzida pelo amor, ao desejo de compartilhar a vida com alguém que nos faça bem ao coração; de alguém doce e delicado de sentimento; de alguém que acrescente alegria à nossa existência.
Às vezes, na caminhada da vida, deixamos que se perca um amor de verdade, permitimos que se afrouxem os laços de um bem-querer; mas, talvez ele retorne mais vivo do que nunca , numa demonstração de afeto insuperável e definitiva. Talvez ele não tenha sucumbido; apenas cumprido sua sina e voltado para o aconchego do coração amado.
Feliz de quem encontrou na vida alguém que lhe trouxe a mensagem da felicidade. Alguém que sabe compartilhar, ouvir, falar, trocar. Alguém que sabe amar.
"...
Alguém que dá um raio de sol à nossa treva
E um sorriso feliz à nossa boca. "
ops! Os trechos dos poemas são de autoria de Olegário Mariano