Sim, já plantei árvore, escrevi livro e sou mãe.
A árvore_ lembro-me bem, foi na Escola Primária Affonso Pena, na Tijuca, há muitos anos. Não me recordo qual a espécie, porém consigo sentir a emoção do momento. Era boa aluna e, por isso, fui designada, no Dia da Árvore, a plantar , no jardim do colégio. Toda a escola perfilada e, junto a mim e à pequena muda, a diretoria. Que luxo!
O livro na verdade foram alguns. A partir de 1993 comecei a escrever crônicas e contos até chegar na poesia. Mas já gostava da arte da escrita! Acho que o gosto foi se desenvolvendo pela leitura.
Em todo aniversário ganhava um livro. Fosse Natal ou Páscoa, sempre o livro como presente. Carochinha, Malba Tahan, enciclopédias, Quixote... Li quase todos os autores brasileiros, alguns portugueses e obras traduzidas. Jornais estavam no programa também, principalmente as crônicas! Cheguei a elaborar uma coletânea delas. Que tempo bom...
Líamos com voracidade. Penetrávamos num mundo sem igual. Compúnhamos o cenário_ de acordo com o texto e lá ia a nossa imaginação permitindo que a história encorpasse e ganhasse vida!
A família constituída deu um novo sentido à existência. Cuidar com esmero e dedicar-me ao bem-estar do outro no nosso ninho familiar, sem dúvida é um treinamento para alçarmos voo, ampliando o raio de ação aos outros seres.
Pelo menos assim reconheço a função da família, que nada mais é do que uma oportunidade de nos aperfeiçoarmos no sentimento mais nobre, que é o amor.
Refletindo, portanto, sobre as condições consideradas para encerrarmos a etapa atual da vida, estas já estão concluídas...
Resta-nos agora, a cada dia, alimentar os vínculos fraternos , como exercício constante para o coração; testemunhar os frutos das realizações estabelecidas ao longo da vida e reconhecer e aceitar a urgência de estreitar os laços, cada vez mais, com a mãe-natureza, pura e simplesmente.