quinta-feira, 4 de abril de 2013

ALBERTO NA CABECEIRA

    Escrevo porque me conforta; e quem é que não precisa de um certo conforto no seu dia a dia? Conforto que ameniza os desencontros, suaviza a rudeza de alguns momentos provocados pela vida, que vai passando, passando. E, às vezes, nem nos damos conta de como passa célere!
    Hoje é um daqueles dias em que a emoção parece ter-se instalado de vez. Preciso ouvir o doce canto de um pássaro, com urgência; enfeitar a casa com a pureza das flores, apreciar o seu  colorido  e sentir o perfume.
    Hoje, repito, é um daqueles dias em que preciso de um abraço, do carinho sincero de um amigo, olhos nos olhos, sorriso espontâneo desabrochando sorrisos.
    Viver a vida com prazer, deixar que a brisa embarace os cabelos, entrar no mar sem medos,enfeitar a mandala do coração com os mais belos e puros sentimentos. Fazer pelo menos uma criança sorrir, ou, quem sabe, um ancião acreditar ainda no ser humano.
    Viver o dia de hoje seguindo em frente, refletindo no agora e nas inúmeras possibilidades de ser feliz, fazendo a felicidade; procurar manter a esperança como chama na engrenagem da alma.
    E tendo na cabeceira a companhia do mestre Alberto Caeiro, destaco versos como quem destaca versículos bíblicos que alforriam a alma sedenta de luz e expansão:
 
"Louvado seja Deus que não sou bom,
E tenho o egoísmo natural das flores
E dos rios que seguem o seu caminho
Preocupados sem o saber
Só com o florir e ir correndo.
É essa a única missão no mundo,
Essa _ existir claramente,
E saber fazê-lo sem pensar nisso." 
   


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