Convite aceito, lá fui eu na tarde chuvosa, caminhando devagar pelas ruas frias do bairro até chegar ao destino requintado, um Hotel na orla de Copacabana. Lá é que acontecia o evento e eu não me negaria este prazer.
Apesar de não dominar a técnica desta pintura, sei apreciá-la e valorizar a Arte de um modo geral. Tenho mais intimidade e me deixo envolver com as telas e os cartões, pois neles é que expresso a minha criatividade, além da escrita, é claro. A pintura em tinta acrílica e a levíssima aquarela, há um bom tempo, me conquistaram, fazendo parte da minha vida.
Minha amiga, uma das artistas do evento, lá estava com um franco sorriso e com um largo abraço recebeu-me.
Desfilaram, ao meu olhar atento, a fartura da beleza e do encantamento.
Enquanto apreciava a pintura das araras, uma senhorinha puxou assunto comigo. Discorreu sobre as qualidades de um professor que tivera, antes de se acidentar. Disse-me ela, com olhinhos apertados pelo sorriso amigável e ininterrupto, que gostava muito do que criava. Mas, depois que sua coluna passou a requerer cuidados especiais, ela desistiu. Mas continua amando a pintura e, principalmente, o seu antigo professor. Apontava, ao longo da nossa conversa, algumas peças e deteve-se nesta obra afirmando que todas eram dele. Mas não eram.
Calei-me. Notei seu leve tremor e suas mãos procuraram as minhas. Ficamos assim, de mãos dadas, por um bom tempo. E eu a ouvia discorrer sobre os detalhes da pintura que tanto a impressionara, principalmente sobre os azuis.
Depois despedimo-nos e comecei lentamente a deslizar pela exposição, para continuar a descobrir belezas e a me encantar. Mas, inesperadamente, ouvi aquela vozinha frágil, suave, já familiar, dizer: "__ Eu tive a impressão de que alguém segurava a minha mão. E era tão bom!... Ah, quem terá sido? " E olhou ao redor, procurando... Seu acompanhante, arredio, continuou sério e calado. Condoí-me. Voltei e a surpreendi dizendo que tinha sido eu quem pegara suas mãos por alguns minutos. Seu rosto fino e envelhecido pelas marcas do tempo impiedoso, abriu-se num sorriso iluminado. Novamente entrelaçamos nossas mãos.
Azul cor do mar,do cêu,dos olhos de Jesus.Saõ varios os tons,de minha Mãe eram
ResponderExcluirazul turquesa lindos e profundos.O azul do arco-iris.Parabéns você escreve muito bem,leio sempre.
Surpresa agradável o seu comentário. Muito obrigada, sensível leitor!
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