terça-feira, 24 de novembro de 2015

QUEM PODE PARAR OS CAMINHOS?

 
 
     Vejam só a tragédia ocorrida em Mariana! Até hoje meu coração, sensibilizado, chora. Como dizem os índios, afeta a todos nós. Não só Mariana, não só o rio Doce, que até no nome sabe expressar ternuras... Rio Doce... quanta vida ao seu redor!
     Tudo destruído abruptamente talvez pela indiferença do __ mais uma vez, homem!
     Eu me pergunto se é possível algo do porte desta   represa não ter que ser  vistoriada constantemente, já que qualquer problema em sua estrutura traria riscos a toda a vida tanto humana, quanto a fauna e flora existentes .
     Apesar da catástrofe, houve heróis, que , aos poucos, a sociedade reconhece, como a jovem que, percebendo o perigo, tomou de sua velha moto e partiu avisando, aos gritos, a todos que encontrava pelas ruas, que a represa tinha se rompido. Salvou com esta simples ação dezenas de pessoas, que se refugiaram no ponto mais alto , onde fica a igreja.
     Outras duas represas, próximas a esta, apresentam também suas construções já comprometidas. Parece até que estão todos esperando acontecer novamente mais um acidente deste porte.
     Que autoridades são essas que negligenciam suas obrigações? Nelas portanto não reconheço nenhum poder. Somente agora o dever de sustentar as famílias de sonhos soterrados, de cantos  abafados pelo choro da dor que veio sem aviso.
     Creio que todos nós clamamos por justiça. E que ela seja urgente, com os responsáveis punidos severamente e amparando a todos aqueles que tiveram ceifados os sonhos de vida.
     Há algum tempo, quando praticava esporte, tive uma colega  cujo marido sempre ocupava cargos importantes do governo. Saía de um, entrava em outro e assim por diante. Não tinha especialização nenhuma. Era tudo arranjado, politicagem...
     Outro também conheci de aparência arrogante, com idêntica trajetória. Cargos e mais cargos e nos discursos emproados, procura falar bonito...
     Vazios, sem vida, desajustados de cofres cheios. Valerá a pena?
     Vemos nos olhos, por onde a alma se revela, a rudeza destas criaturas, que mesmo em trajes requintados, não passam de pobres seres humanos, desatentos à proposta da vida.
    Sinto muito quando percebo a torpeza, a vilania, principalmente daqueles aos quais delegamos poderes para conduzirem com seriedade e amor o nosso país.
     Volto-me, então, para a Poesia e quedo-me ante Quintana:
 
 "...
Mas
Quem é que pode parar os caminhos?
E os rios cantando e correndo?
E as folhas ao vento? E os ninhos...
..." 
      

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