(Praça Castro Alves, em Salvador)
Estava num Café de um shopping, em Salvador. Era de manhã e, quando vou à Bahia, sempre dou um pulinho lá para um café e uma banana real: massa de pastel frita, passada em açúcar e canela com fartura, recheada de banana da terra madura. Delícia crocante!...
O lugar estava cheio, mas ainda havia uma ou duas mesinhas. A essa hora, o pessoal gosta mesmo daqueles mingaus, deliciosos e quentinhos, de milho, tapioca, carimã, mugunzá _ou milho branco, típicos da terra. A maioria ia para as mesas com a sua tigelinha...
Uma senhorinha dirigiu-se para a mesa onde eu estava e , com um sorriso (simpatizo com pessoas que deixam o sorriso aflorar! O sorriso é a voz do coração.), disse: _ Posso sentar-me aqui?
Afirmei com a cabeça e retribuí o sorriso.
Alguns segundos e já estávamos conversando animadamente. Eu devia ter adivinhado: era professora também! Marinalva passou a falar com entusiasmo e assim narrava suas experiências marcantes do Magistério.
Sua lida com crianças da periferia foi intensa e deixou impressões tão fortes que a fizeram desistir. Não poderia mais continuar. Adoeceu gravemente.
O que se vê atualmente são crianças e jovens desorientados e que rejeitam a autoridade. Como ajudá-los?...
Quando me dediquei à Educação ainda era um tempo em que professor era respeitado e ouvido, acatado, tanto pelos alunos quanto pelos seus pais. Mesmo tendo alguns poucos alunos com comportamento um tanto difícil, conseguia demovê-los das más atitudes pela palavra e pelas propostas em sala.
Houve, naqueles breves momentos, muita simpatia e sintonia, não só em virtude da mesma paixão que nutrimos pela profissão, como também pelas passagens contadas com veemência. Uma história de vida, permeada, certamente, de inúmeras vitórias.
"...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe _ que faz a palma,
É chuva que faz o mar.
..."
(Castro Alves, O Livro e a América)
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