sexta-feira, 13 de março de 2020

VOCÊS CONHECEM CECÉU?

    
      Assim como eu, nasceu num domingo! No interior da Bahia, em 14 de março de 1847, estreou (na Bahia, não se nasce, se estréia!) Cecéu, filho de  família abastada e culta.
     Antônio Frederico de Castro Alves  espalhou sua genialidade em apenas 24 anos. Sua morte_ em Salvador, foi causada pela tuberculose e pela amputação, sem anestesia_ de um pé , em virtude de um grave ferimento numa caçada. Caçada esta na qual ele não fez nenhum disparo...
     Seu sofrimento foi inenarrável e, mesmo assim, continuava a sua produção, cheia de romantismo, de arte, de intenção social.
     Nunca o desqualificou o seu eu inflamado! Gostava de falar suas ideias às multidões, em praças, locais públicos, em teatros.
     Amou muitas mulheres, teve paixões por cantoras italianas e com uma delas , romântico que era, fez o derradeiro passeio equestre ao Farol da Barra, sob o luar, em maio de 1871_ ano da sua morte(morreu em julho).
     Seus restos mortais encontram-se no monumento feito em sua homenagem, pelo escultor italiano Pasquale de Chirico, na praça Castro Alves.
     Para mim, o mais comovente são seus poemas que se debruçam sobre a tragédia do tráfico de escravos. Vê-se toda a sua revolta ante fato tão hediondo da nossa História.

do único livro que chegou a publicar em vida( ESPUMAS FLUTUANTES), um pequeno trecho de Mocidade e Morte...
"Oh! Eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
..."
 
e na segunda parte do livro CASTRO ALVES Melhores Poesias, sobre Os Escravos, lemos O navio Negreiro, da qual retiro um pequeno trecho...
"...
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais, inda mais... não pode o olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador.
Mas que vejo eu ali... que quadro de amarguras!
Que cena funeral!... Que tétricas figuras!...
Que cena infame e vil!... Meu Deus! meu Deus! Que horror!
..."
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Apreciadora de suas histórias, quero parabeniza-a mais uma vez!!!

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  2. Obrigada, Célia querida! Eu tinha pensado em colocar algumas partes de poemas de Castro Alves...Talvez ainda faça isto!... Beijos!

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