sábado, 8 de outubro de 2011

LACERDAS


No tempo em que eu era estudante do Colégio Pedro II, o único imprevisto calamitoso que poderia ocorrer a qualquer um de nós seria o ataque imprevisível dos lacerdinhas!... Quem foi desse tempo e sabe do que estou falando?

Bastava usar roupa clara, especialmente amarela, passar debaixo de algum arbusto e lá vinham eles sobre nós, em nuvens, pobres mortais indefesos àqueles insetinhos pra lá de inconvenientes!...

É bem verdade que, além da chateação, eles colocavam nossos olhos vermelhos, inchados e ardendo como fogo! Eram mesmo muito desagradáveis. Levávamos um tempão até que as vistas melhorassem.

Os rios da cidade eram limpinhos, pois o então governador Carlos Lacerda não deixava a sujeira acumular. Nem mendigos e malandros pelas ruas. Uma época em que a cidade do Rio de Janeiro e seus habitantes eram cuidados.

Hoje está bem pior; essa juventude de agora não imagina os tempos tranquilos e amenos de antes.

Noutro dia eu estava numa esquina, aqui em Ipanema, quando uma fumaça esbranquiçada e intensa começou a subir pelos meus pés. Estava em cima de uma daquelas tampas nervosas que deram agora pra voar, matar, atemorizar. Nossa! Fiquei atônita. Atravessei e vi quando um carro da Light chegou e colocou uma bandeirolas ao redor. Viva!

São muitos os problemas de hoje. Mas não sou saudosista, não! Até porque meu tempo é o hoje. Não vou ficar discorrendo sobre os baitas problemas que nos incomodam. Ladrões, corrupção (isto tudo já existia, mas em números menores...), má educação, professores despreparados, mosquito que mata, violência, sociedade minada pelas drogas, depressão, péssimos médicos que esquecem seus juramentos... A listagem é grande.

Então, pra amenizar o percurso da vida, ou para vivê-la melhor, me incluo na prática da Meditação, no mergulho na Poesia, na apreciação das Artes, na contemplação do horizonte, nos passeios ao Jardim Botânico, no convívio agradável das amizades.

Dirão alguns:" _ E na ajuda ao próximo? "

Bem, isto é fundamental até para a sanidade mental, mas quando se ajuda alguém , não é preciso que se proclame. Há de ser um comportamento natural e rotineiro.

Não preciso sentir saudade do tempo dos lacerdinhas; os pássaros vieram na minha janela; o sol brilha como nunca e hoje o virtuoso Yamandú Costa se apresenta no Teatro Municipal! Ainda bem que coisas boas acontecem.


Amigos, se este site não corresponder a sua expectativa, perdoem-me; tentei atualizá-lo como o próprio blogger sugeriu e aconteceram coisas imprevisíveis: meu nome quebrado, nomes dos seguidores desaparecidos e outras coisas mais, como, por exemplo, não consigo baixar fotos. No entanto, escrevo como sempre, acalentando a idéia de que vocês se importarão mais com a leitura do que com a apresentação.

Mais uma vez peço desculpas e espero que o site conserte isto.Um grande abraço.



Um comentário:

  1. Eu lembro dos lacerdinhas,das férias de 5 dias no maximo quando ia ao Rio de trem.Lembro das mariolas,do cine Metro da pça Sans Peña,e do dinheirinho contado para comer um doce gelado na Gerbô.Saudosista num sei não mas estas lembranças são boas,verdadeiras e minhas!!!

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