sábado, 10 de março de 2012

CASTRO ALVES

     "...Se a luz rola na terra,
Deus colhe gênios no céu!..."

Ante o gênio que vislumbraria Deus num sorriso de luz no horizonte, quedo-me pensativa a buscar palavras para expressar toda a admiração que sinto pelo poeta.
     Não é fácil trocar por palavras sentimentos que borbulham na alma já tocada pela magia da composição de Castro Alves. Homem sensível, amoroso, romântico mas também imbuído de vigor espiritual, cujos versos a favor dos sofridos e encarcerados exprimem a revolta dos que verdadeiramente sentem  a dor do outro e se solidarizam.
     Castro Alves por ser poeta, não foi um libertino, nem um inconsequente. Foi, sim, um homem indignado com o sofrer dos negros escravizados sem dó nem piedade. Martírio implacável que ele soube, como ninguém ,entender e indignar-se por isso.
     Fez dos seus versos a arma para combater pacificamente, mas nem por isso com menos força, a crueldade e a insensatez dos homens do seu tempo.
     De uma visão privilegiada, Castro Alves percebe a brevidade da vida, a efemeridade; ama a liberdade acima de tudo; valoriza o progresso; mostra-se também como um sonhador, um romântico, construindo versos líricos admiráveis.
     O poeta ama viver e volta a sua criação para os humilhados e sofredores, com a denúncia constante e a indignação violenta. Mesmo assim, com a maioria de sua obra engajada,  poesia de cunho social, ela não se prende no seu tempo. Ao contrário, cresce, evolui e paira, liberta, adejando o infinito, como poesia condoreira.
     A poesia de Castro Alves é para ser  declamada em praça pública, com o mesmo sentimento vibrante de sua alma comovida e exaltada. Poesia forte e altissonante.
     Foram 24 anos de vida, onde jorraram deste coração iluminado canções de amor pela humanidade.
    

" NOS LÁBIOS DOS HORIZONTES
HÁ UM RISO DE LUZ...
É DEUS..."



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