sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PRA QUE TRABAIÁ

 
Em versos revelo a alegria
Que mora no coração
Semeando Poesia
Transformo vida em canção.
 
 
    A tarde do 7 de setembro começou festiva. Afinal, dizermos e ouvirmos poesias alegra a alma; mesmo que seu conteúdo seja triste, nos faz pensar, refletir. Poesia é arte mágica!
    O ponto de encontro do Semeando Poesia  foi no Jardim Botânico mais uma vez; e aquele verdor puro e fresco, aqueles cantares que vêm das copas, aquele brilho do sol da tarde como uma carícia, aqueles aromas indecifráveis e até mesmo o alarido das crianças que corriam pelas alamedas nos enchiam a alma de contentamento.
    A exposição de orquídeas fez o Jardim lotar de visitantes. Fila para entrar, fila para usar o banheiro, fila para o cafezinho. Mas tudo transcorreu muito bem.
 
 

    Dissemos os nossos próprios poemas e de muitos outros autores. Fomos brindados com pérolas de escritores desconhecidos, além, claro, dos nossos próprios poemas e de poetas já consagrados.
 
O JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO
                                                   (Sylvia Mercadante)
 
Amo estas árvores que sempre me acolheram
Amo os pássaros que me revelam seus cantos felizes
Amo estes caminhos que descortinam belezas indecifráveis
Estas folhagens sombreadas e pacíficas
As flores numerosas e os perfumes dispersos
Eu amo as borboletas que me indicam rotas
Amo estes contrastes de miudezas coloridas
E da imponência dirigida aos céus...
 
Eu amo os inesperados encontros com os animais:
o esquilo atravessando a alameda como pluma...
a família dos macacos a quebrar coquinhos, à sombra do bambuzal...
as carpas ociosas a ondularem as águas quietas do lago...
 
Eu amo todo este cenário natural
Que se manifesta
Para a alegria do espírito.
 
 
    O mestre Alberto Caeiro,o poeta da natureza, um dos heterônimos do genial Fernando Pessoa, ali esteve presente, nos oferecendo belíssimos pensamentos acerca da natureza.  
   A poesia da China, fundamental na sua educação, foi bem representada. Três poetas revelei para o grupo e nos deliciamos com os seus textos sucintos e cheios de sabedoria.
   Dentre outros,  Olegário Mariano, o poeta das cigarras, também compareceu e a sua participação foi inesquecível. Suas composições musicadas como música autêntica brasileira, de raiz, caipira, foram admiradas e chegamos até a cantar De Papo Pro Á:
 
Não quero outra vida
Pescando no rio de Gereré
Tem peixe bom
Tem siri patola
De dá com o pé
 
Quando no terreiro
Faz noite de luá
E vem a saudade
Me atormentá
Eu me vingo dela
Tocando viola
De papo pro á...
 
Se compro na feira
Feijão, rapadura,
Pra que trabaiá
Eu gosto do rancho
E o homem não deve
Se amofiná...




      
       E é na voz de Alberto Caeiro que termino este texto:
"...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo e amo-a por isso
..."
 
 

 
 
 





Nenhum comentário:

Postar um comentário