quarta-feira, 24 de junho de 2015

A CHAMA CONTINUARÁ

     Com alguns versos do grande poeta Augusto Frederico Schmidt inicio esta pequena crônica, já que o assunto que atiçou hoje a mídia foi a morte de um jovem cantor .
   "...
No pensamento, a lembrança
Dos mortos, dos que se foram,
Dos que abandonaram o mundo
...
No pensamento, a imagem dos que morreram jovens
..." 
 

     Sempre ficamos penalizados com a morte prematura e, neste caso, temos o agravante do inesperado; o sofrimento da família é inenarrável. Uma torrente de emoções tristes e muitas lágrimas  , mas, acredito, tudo tem uma razão de ser.
     O jovem de sorriso cativante  cantava e fazia shows como tantos outros artistas da música sertaneja. Tinha  filhos  e uma bela namorada que faleceu instantaneamente no acidente de carro. Voltava ele de um trabalho em que se apresentara.
    Na tv é esta a notícia que explode hoje, a cada minuto, interrompendo e, até, suprimindo alguma programação rotineira. Fazer o quê ante a sociedade negativista na qual vivemos e nos movimentamos senão acatar, ouvir e exercitar a paciência ? Povos orientais sentiriam de modo diferente esta mesma situação.
     Fatos como este abalam, certamente. E podemos aproveitar para refletir que " a morte vem como o ladrão da noite". E se dela_ a morte, ninguém escapa, por que não pensar nela e nos prepararmos para a grande viagem?
     Ontem mesmo voltei de uma viagem breve. Trouxe a mala_ que está cada vez menor para poupar a coluna, com menos coisas , procurando levar o mínimo necessário; afinal, pra quê nos serve a inteligência ?
     Raciocinar no que vale a pena levar, o que não nos fará falta e, se fizer, providenciaremos. Simplicidade a gente pode adquirir pelo pensar. Vamos aparando as arestas, o excesso, analisando, fazendo uso da imaginação e da criatividade.
      Agora, imaginemos: o que levaremos na grande viagem? Na definitiva?
     Existem pessoas que nem ousam falar na palavra Morte!...  " Não falemos na morte, está deprimida? Falemos na vida! Vamos viver!" E fazem uma expressão de horror e de desdém, arregalando os olhos e esgarçando a boca, como se estivessem vendo alguma aparição.
     Tento considerar como um fato natural, sendo que,  a morte de crianças e de jovens nos causa perplexidade. Não aprendemos que nascemos, crescemos, vivemos e morreremos, finalmente? Mas, a pergunta que fica é: o que levarmos? O que? Roupa não é. Calçados? Dinheiro? Fama? Medalhas? Beleza?  Tenho cá ideias que acalento e que me movem. E desejo que cada um encontre suas motivações para o preparo desta viagem única.
     Ocorre-me agora que muitos julgam que seria o fim de tudo. Mas não é e nisto eu  aposto. Esta chama que dá vida ao corpo continuará...
     Aprender a viver , como disse o respeitado cardiologista indiano Deepak Chopra, é o mais relevante; muitos passam a vida e não aprendem. São infelizes, tomados pela revolta, pela inveja, amarguras e por outros sentimentos que acabrunham e empobrecem a alma imortal. Continuarão assim, do outro lado. Portanto, que cada um planeje a sua vida, cuidadosamente. Acho que vale a pena.
 
 


 
     

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