domingo, 17 de janeiro de 2016

A ALEGRIA FICA PRA SEMPRE

     Aproximam-se as dezoito horas deste domingo nublado, tranquilo. Tranquilo até demais, eu diria...
     Espalhados pelo chão do quarto, encontram-se um enfeite natalino de porta , o presépio que acende uma luzinha vermelha ao fundo da pequena cabana __ presente de um antigo namorado que guardo até os dias de hoje... o presépio, não o namorado!... Este perdeu-se nas brumas do tempo, com seu porte atlético no belo uniforme militar, o sorrisinho de lado, o  doce olhar contemplativo...
     Vejo ainda um caminhão__ desses de brincar na areia, um carrinho de corrida, a bola tatuada de estrelas de diferentes tamanhos e uma árvore de Natal, pequenina, repleta de frutinhas vermelhas__ mimoso presente de minha filha.
     Há dias rolam pelo chão, preguiçosamente... Cadê vontade de guardar tudo o que restou dos dias felizes? A vontade está bem amarrada, não quer se manifestar.
     Vontade tenho mesmo é de fazer voltar o danado do tempo, que, impiedoso, passou rápido.
     Convenhamos, existe um lado meio perverso neste espetáculo da vida. Um dia avistamos pessoas queridas e nos confortamos junto a elas; noutro, elas já se foram, qual pássaros que abandonam seus ninhos para que se cumpram seus destinos.
     Depois de um certo tempo de vida observamos com mais clareza e consagramos maior interesse às coisas que realmente importam.
        Mas tenho agora que finalizar este texto, pois algo me diz que amanhã será  ensolarado e pretendo me refrescar nas águas do mar ; portanto, não mais terei tempo para arrumar coisas dos últimos dias. Afinal, com as horas correndo e a minha performance vagarosa fica difícil conciliar. A arrumação deve ser hoje!
    
 
De Quintana, retiro um pequeno texto do poema
 Uma Alegria para Sempre:
"...
há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte de tua vida presente
e não do teu passado. E abrem-se no teu
sorriso mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo de outras coisas.
..."
 

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