terça-feira, 1 de maio de 2018

SAI ABRIL, ENTRA MAIO...

     Sai abril, entra maio. E, com o mês de maio, as farturas das  promoções. Salve o Dia das Mães que, depois do Natal, é o mais cotado em vendas no comércio!
     E mãe sempre espera a boa conduta do filho, a sua lembrança.
     Dia desses, vi na TV uma reportagem elaborada num asilo de senhoras; aquela porção de idosas, olhar perdido, mãos trêmulas, lábios ressequidos, cabecinha branca a falar sobre a alegria da maternidade.
     Tive uma amiga que dizia que sentia muita piedade dos idosos. Admirei-me. "Eu não." Ela surpreendeu-se e lembro até hoje da sua expressão de espanto e incredulidade. "Como não sentir pena dos velhinhos? Olhe lá, olhe lá aquela velhinha na outra calçada", disse-me na ocasião.
     Olhei e realmente vi uma senhorinha andando devagar, meio curvada e não estranhei. Afinal, a velhice nos trata assim... Perdemos a agilidade costumeira, o viço de outrora, a espontaneidade.
      Por outro lado... traz-nos  uma compreensão maior da vida, a dilatação da consciência, a sabedoria. Então... por que nos apiedarmos deles? Não! Mil vezes sentir orgulho_ afinal, estas pessoas contribuíram para a sociedade e vibrar de alegria por terem vencido tantas dores e ainda estarem de pé, animados, optando pela vida!
     Mas no caso das mães abandonadas nos asilos é de cortar o coração tanto descaso, provocado por tamanha penúria sentimental  dos filhos.
     Os que maltratam suas mães , estes sim, serão dignos de piedade! E quando digo maltratar, penso em abandono também. Quantas daquelas velhinhas se queixaram por nunca mais receberem a visita dos filhos; quantas enfatizaram que desejavam somente um abraço no Dia das Mães! Ficavam idealizando a chegada festiva e todas disseram que, com a presença deles pelo menos neste dia especial, toda a dor da mágoa seria apagada.
     Coração de mãe é assim: esquece as maldades dos filhos egoístas porque veem neles aquelas crianças puras e meigas de outrora. E ficam assim, à espera, sempre à espera que despertem para receberem mais uma vez a bênção que, certamente , os libertarão da dor profunda do arrependimento .
    
   MINHA MÃE
Tremulam as mãos magras
Que já afagaram tanto...
Maternas mãos que me embalaram...
Frágeis agora,
Tão ágeis e macias outrora!...
 
Mãos hábeis, cuidadosas,
Fraternas, amorosas,
Mãos ligeiras, protetoras
De quem ao labor se afeiçoara.
 
Mãos amigas.
Ah! Mãe...
É bom ver-te assim,
Com esse sorriso esboçado
Num rosto quase iluminado
Por tantas emoções!...
 
Tomar-te as mãos em minhas mãos
E poder fazer-te sentir
O frêmito palpitante
De meu grato coração!...

 (publicado no livro  Fragmentos da Memória, de minha autoria)
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