Abrimos o Semeando Poesia de hoje com a criação de Olavo Bilac em Cântico das Árvores, que diz assim:
Quem planta uma árvore enriquece
A terra, mãe piedosa e boa:
E a terra aos homens agradece,
A mãe os filhos abençoa.
A árvore, alcançando o colo, cheio
De seiva forte e de esplendor
Deixa cair do verde seio,
A flor e o fruto, a sombra e o amor.
Crescei, crescei na grande festa
Da luz, do aroma e da bondade,
Árvores, glória da floresta!
Árvores, vida da cidade!
Crescei, crescei sobre os caminhos,
Árvores belas, maternais,
Dando morada aos passarinhos,
Dando alimento aos animais.
Outros verão os vossos pomos:
Se hoje sois fraca e crianças,
Nós, esperanças também somos
Plantamos outras esperanças!
Para o futuro trabalhamos:
Pois, no porvir, novos irmãos,
Hão de cantar sob estes ramos,
E bendizer as nossas mãos!
A alegria tomava conta dos nossos corações, à medida que mergulhávamos no mundo mágico da Poesia. Declinamos Olga Savary, Mário Quintana, Guilherme de Almeida, Renato Travassos, dentre outros. E cada um de nós, entusiasmado, íamos rompendo a timidez e, pouco a pouco, o bom desvario incendiou as nossas almas.
Castro Alves não poderia faltar e compareceu com Mocidade e Morte, belíssimo poema em que o autor, já prevendo a sua morte, em virtude da doença que o consumia, diz, num arroubo cheio de dinamismo o grande amor que ele nutria à vida, rebelando-se contra a fatalidade que o aguardaria em breve.
Haikais foram comentados, poesias com pitadas de graça foram ditas; enfim, houve de tudo um pouco. E o fechamento deste encontro maravilhoso foi no Parquinho, onde comemoramos o aniversário de uma das poetisas ali presentes.
Fechamos pois com bolo num clima de absoluta confraternização. Fechamos com chave de ouro.
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