segunda-feira, 28 de maio de 2012

OFICINA DE DOIDO

   Não. Não consegui me concentrar na leitura leve, daquela revista exposta na mesinha de centro, na sala de estar da Clínica. Era para mim impossível já que, no 1º andar, o som rolava alto demais.
    Disse-me a esteticista que a 'música' era propositalmente acelerada e alta para motivar o pessoal da academia. Fazê-los acordar diante dos variados aparelhos de musculação. 'Oficina de doido', foi o que pensei na hora.
    O tal som, ou barulho, melhor dizendo, tem nome: techno, ou techno-pop. Convenhamos que tornou-se um fenômeno global. Um som pesado que não cai bem nos ouvidos sensíveis de quem ama violinos...
    Nada contra, claro, cada um faz suas escolhas; afinal, o mundo em que vivemos nos oferece uma gama enorme de opções em todos os setores. Há quem prefira o som das marolas do mar, do vento refrescante que passa, do canto da juriti, dos sambistas defendendo sua Escola, do grito alegre da galera:"Gooool!...", da voz maviosa de um Emílio Santiago, do canto arrebatado de um tenor, das harpas que anunciam sonhos.
    Li em algum lugar que o som eletrônico é o estilo que expressa a angústia pós-industrial.  Vejamos , então, o que virá após! Qual estilo surgirá para abrandar as penas dos que  paralisam sua ideias e desprezam o seu conforto mental com o som inadequado de agora? Sim, porque é contra a nossa natureza.  Há pessoas que ouvem esse fragoroso ruído ininterruptamente com os fones coladinhos aos ouvidos. E por certo sabem dos prejuízos à audição. Ou não?...
    Os males são incalculáveis no nosso corpo, no nosso organismo. Afetam de maneira destruidora, assim como o som dos violinos__ e isso já está provado cientificamente, acalma, beneficia todo o nosso sistema nervoso.
    Mesma coisa o vício do cigarro. Nunca vi tanta gente, principalmente no Rio, fumando! Mulheres, muitas, fazendo pose(?) com o cigarrinho entre os dedos... Isto era coisa de um passado bem distante... Do tempo de minha bisavó. Os malefícios da nicotina, dentre centenas de outras substâncias nocivas, são de arrepiar.
    E já reparei que quando a coisa é ruim o povo fala no diminutivo, talvez para abrandar sei lá o quê!... Por exemplo, dizemos: " Vou fumar um cigarrinho...", " Vou beber uma cervejinha..."  "Hoje vestirei aquele pretinho"... Cá entre nós, usava-se preto em velório!... Combina mesmo com o luto, pois não é cor, é ausência de cor. E determinaram que vestido preto é chic! E acreditamos. Toda mulher tem um 'pretinho' básico pendurado  no armário...
    Sugiro que façamos uma listagem, à guisa de diversão, do que falamos no diminutivo e não é lá grande coisa, seja para nossa saúde, ou para o nosso bem-estar. 
   Já é noite; agora  ouvirei um som de viola do cd que me espera paciente, no cd player na sala, à meia-luz e, provavelmente, sonharei antes mesmo de dormir.


O VIOLINISTA



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