domingo, 21 de julho de 2013

RUGAS? JAMAIS!...




      Tenho visto muitas notícias sobre operações estéticas que não deram certo, chegando o paciente a óbito, às vezes. Por que as mulheres, principalmente, insistimos em querer parecer jovens, quando não mais o somos? Por que esse afã  pelo elixir da juventude eterna? Será que é na juventude que abraçamos a felicidade e ela, com o passar dos anos, se esquiva de nós com a mesma ligeireza que tínhamos quando jovens? Por que , insisto, aparentarmos algo que já perdemos?
     Cabelos grisalhos, nem pensar... Rugas? Jamais! E os dermatologistas, com suas agulhas finíssimas, injetam nas pobres iludidas a última solução para preencher os sulcos inadmissíveis!... Sorrio. Ganham uma cara de bolacha, irreconhecíveis. Pobrezinhas .
     A sociedade é cruel mesmo, muito preconceituosa, ainda. Ontem, ao saltar do ônibus, ouvi uma ' gracinha', misto de deboche com azaração, de um rapaz esquisito, coitado, nem se dava conta da sua própria figura medonha, ria muito, de tudo ele gozava, falando alto, sentado no último banco. Não é porque é jovem que é bonito e atraente... Saltei mantendo a postura, a classe, procurando aparentar naturalidade como se não o tivesse ouvido. Mas doeu. Mulher é assim. Sensível quase ao extremo. Gosta de ser reconhecida sempre bonita, glamourosa, irretocável.
     Até operação para ser virgem novamente existe. Acho tudo isso uma grande bobagem. Mas tento aceitar o mundo moderno no qual eu vivo. Observo e tenho cá minhas opiniões e perguntas. Para quê um ser humano busca tanto a artificialidade? Que caiam por terra o falso para que o puro e o verdadeiro sejam realçados! Porque aquilo que é  autêntico é forte.
     Quando os meus cabelos começaram a embranquecer,  minhas amigas da natação clamavam para que eu pintasse. Diziam que eu era muito jovem e bela para que permitisse uma aparência envelhecida. Levei muito tempo relutando e fazia o discurso " de que era livre de tintas". Mas, o passar do inexorável tempo fez-me mudar de ideia. Aceitei a sugestão e pinto, até hoje, num tom semelhante ao original. Cremes e leve maquiagem sustentam a minha vaidade.
    E como não quero ser preconceituosa, admito que cada um siga o seu caminho de acordo com o que lhe faz bem. Simples assim. Como dizia   Madalena Léa* em suas palestras sobre a mulher: " ... Se a mulher quiser operar, opere! E haverá dois tipos de mulher idosa: a natural, a que aceita os desafios do tempo e a que fez plástica. Não deixará de ser idosa."


   *Autora do livro Quem Tem Medo de Envelhecer... Você?
    

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