terça-feira, 18 de novembro de 2014

SOB AS BÊNÇÃOS DOS ORIXÁS

     Sobre a amizade é o que quero falar....ou, escrever, melhor dizendo.
     Há uns dez anos, quando viajava mais, conhecendo este Brasilzão, num dos museus do nosso país__ aliás, um museu lindo, bem organizado, de dar orgulho a qualquer brasileiro que se preze: o  Museu do Homem do Nordeste, em Pernambuco__ conheci um jovenzinho.
     Muito falante, um farto sorriso, um  comunicador por excelência, inteligente, alegre. Natural de Garanhuns, interior de Pernambuco.
     Ali mesmo nos entendemos. Foram e-mails trocados, experiências de vida compartilhadas, dicas sobre como fotografar uma bela poesia que se esgueirava, à sombra, na parede. Tudo sendo dito com espontaneidade e alegria.
     Com uma foto, como se fôssemos companheiros de escola, selamos a amizade que se iniciava  sob as bênçãos dos orixás...
     Lembro-me de que ofereci a ele um exemplar do meu primeiro livro __ Palavras Transformadas, pois carregava sempre  alguns exemplares comigo.
     A amizade brotava. Diriam alguns...'apesar da diferença de idade...', o que pra mim não conta; supero facilmente estas pequenas e ridículas e inúteis e tolas e equivocadas considerações. Amizade, amor, compreensão são laços do espírito, portanto o critério é bem diferente.
     Atração física é outra coisa. O homem há de se interessar por uma mulher jovem, sedutora, de pele lisa e macia, portanto, com dotes físicos que o atraiam e o dominem. Tudo explicado pela mais santa das intenções da Vida: a procriação.
     Quanto à mulher, já que é mais frágil e disposta às ilusões, flutua ante o sentimentalismo. E  talvez até sucumba a um homem jovem, forte, esbanjando hormônios.
     Mas tudo passa, como um vento forte, levando embora expectativas de eternidade quando os laços são os da carne. Varridas as ilusões , o que resta é o espírito. Este sim,  não morre nunca, sustenta o amor. Amor é laço eterno. O restante acaba, assim como as rugas aparecem, surgem também, com o passar do tempo, os desentendimentos, porque o ser humano é inquieto, quer novidade.
     Portanto, prezo a amizade que não cobiça, não estranha, permanece fiel, pois seu alimento é a pureza do amor.
     Até os dias de hoje nos comunicamos. Um encontro bonito, suave, criativo  que continuará para sempre, enriquecendo as nossas vidas.


 
"...
Se por acaso
encontro um velho amigo,
ficamos de conversa e rimos,
a ponto de nos esquecermos
de voltar para casa."
 
                         (Wang Wei )um velho amigo,
ficamos de conversa e rimos,
a ponto de nos esquecermos
de voltar para casa."
    

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