Nos meus tempos de menina, atrás da nossa casa, passava um rio... Depois dele, havia um terreno comprido e no meio dele, um pé alto de jabuticabas. Em noite de lua cheia , eu ficava no jardim, sentada no banco comprido de madeira trabalhada, ouvindo o riacho, apreciando a lua e sentindo os perfumes.
Século XXI! E pensávamos em progresso cada vez maior. Mas o que mais se vê , ou, o que a mídia mais nos revela são as ações corriqueiras da corrupção no meio político e a continuidade da falta de saneamento básico nos bairros mais pobres. E isto é inadmissível.
Enfrentamos o fantasma da calamidade maior que se aproxima__ agora, em largos passos, da falta d'água. Mas não me refiro àquela falta d'água consequência de um enguiço qualquer, que poderia ter conserto pela Prefeitura. Não, não. Refiro-me à morte das nascentes__ atingidas por grandes erosões, resultado do desmatamento__ à imagem dos rios definhando, à falta da água nas Represas, à falta de chuvas.
Fico consternada ante à incapacidade dos órgãos públicos e ao seu descaso quanto aos avisos dos cientistas, principalmente, pois que há muito tempo vêm alertando o Governo. E absolutamente nada foi feito.
Ouvi na televisão , dia desses, num noticiário breve, que o Governador está providenciando pesquisa sobre a dessalinização das águas do mar, processo já estabelecido em algum país distante. Mas isto nos custará caro e demorará muito. A ação precisa ser rápida e perfeita! Há que se ouvir cientistas, pessoas que entendam profundamente do caso. E ainda agrava-se o quadro pelas incertezas do clima.
Há que se explorar a tragédia para que se tome alguma iniciativa?
Porque a escassez do líquido mais precioso gerará a decadência total. Desemprego, violência, indústrias fechadas, desabastecimento , como uma bola de neve.
Agora só se fala em volume morto e a possibilidade de uma catástrofe. A torcida é grande para que venha a chuva mesmo em meses inesperados.
Para não me perder em conjecturas pessimistas ao extremo, tento a leitura sobre medidas, que estão sendo tomadas fora do Brasil, que reduzem perdas, aumentam a eficiência do sistema e permitem planejar o consumo de modo racional.
Confio na extrema criatividade do brasileiro e sonho que haverá, por certo, a atitude coerente, dinâmica e justa de cada um de nós, orientados por um Estado forte porque inteligente e honesto, para evitarmos a tragédia, que nos acena tal qual um fantasma aterrorizante.
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