"...
Quero ir ao fundo das coisas
E recolher o silêncio, a gota pura do silêncio,
Em que se guarda e contém,
O eco da voz de Deus!
..."
(trecho do poema QUERO IR AO FUNDO DAS COISAS, do inspirado poeta A. Frederico Schmidt)
O silêncio nos alimenta. Criar este hábito nos proporcionará uma paz nunca antes sentida.
No início, talvez nos sintamos inquietos, levemente incomodados; porém, após algum tempo, acatando no nosso íntimo este comportamento, exercitando a atenção plena, chegaremos a perceber que ele__ o silêncio nos é salutar.
Tenho uma amiga muito querida(dessas amizades que atravessam os anos e não se esgarçam) que fala pelos cotovelos! Às vezes se perde , fala coisas emendadas umas às outras, de um assunto pula para outro sem respirar... Uma agitação íntima, quase um desgoverno.
Há muito burburinho no mundo... inquietudes, medos, controvérsias; então, falamos, falamos, falamos demais para nos distrair. Pior quando tentamos convencer o outro daquilo que achamos que é o certo! Portanto, não se deixem convencer pelas minhas palavras escritas... somente digo aqui o que penso, sem nenhum intuito de persuadir o leitor.
Claro que me refiro à turma depois dos quarenta, porque o linguajar da maioria dos jovens de agora é confinado a poucas e incertas palavras que traduzem, sem dúvida, o sentido do que se quer expressar. Senão, vejamos:
"_ Oi, cara, e aí?... beleza?
_ Belez..."
E segue o diálogo em que tudo o que se quer dizer é dito, com gírias, abreviações e palavras inventadas por esta juventude atual. Até, cá entre nós, que aprecio um pouco o lado econômico e prático para a conversa se desenrolar. Mas noto que não é originado este método pela singularidade da criação e pelo cultivo do silêncio; mas pela pobreza mesmo de vocabulário. Basta observarmos as redações prestadas em concursos.
Sem leitura não há vocabulário, nem as ideias se renovam; sem vocabulário e ideias não há conversa que se sustente.
Mas voltando à nossa turma, estamos todos ansiosos e esta ansiedade se derrama da nossa boca em atropelos de palavras. Transformar a insegurança para obtermos uma tranquilidade verdadeira é um caminho que vale a pena ser conquistado. Só nos trará benefícios.
Não será no alvoroço que vislumbraremos a felicidade. É na paz do coração onde se traduz a mais pura alegria. E decorrentes dela toda a felicidade e a saúde do corpo e da mente.
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