sábado, 11 de junho de 2016

CIRANDINHA

  
      Não... o assunto não será a doce e ingênua canção de roda. Comento sobre um restaurante que deixou sua marca . Cirandinha era o seu nome.
      Lembro-me, até hoje, das minhas idas ao simpático restaurante em Copacabana.
     Na década de setenta, passei a ir lá repetidas vezes para saborear  suas deliciosas pizzas. Chegava com  tia Lourdinha, que fazia questão da minha companhia.
     Ficava na Avenida Copacabana. Digo ficava, pois acredito que tenha já fechado as portas, infelizmente. Afinal, todos são unânimes em afirmar que a sua comida  era deliciosa. Os lanches se tornaram conhecidos e servidos no balcão era a pedida na época.
     Dia desses, indo de  táxi para a clínica de acupuntura( onde trato uma leve lesão no ombro), conversando com o motorista(o que faço habitualmente, nos breves momentos de viagem. É cada história, cada um deles com sua maneira própria de ver a vida e de contá-la!), este me diz que o Cirandinha fechou, ou que estava para fechar, definitivamente. Ele tinha ouvido falar.
     Confesso que na hora fiquei meio atordoada. Toda a ação passada voltou, como um filme, em minha mente.
     Meu coração enterneceu-se, à memória de tia Lourdes, sempre animada, conversadeira, sorridente. Dávamo-nos muito bem! Mamãe até sentia uma pontinha de ciúmes do nosso convívio.
     Mas o que me constrange é o fato  de que, ultimamente, muitos lugares bons para serem frequentados, em virtude da qualidade dos seus serviços, estão fechando as portas. Não me refiro somente a restaurantes, mas ao comércio em geral. O que é uma lástima!...
     Sentimo-nos mais empobrecidos quando somos forçados a nos despedir de lugares e pessoas com que estávamos acostumados, pois nos davam prazer. A vida vai encolhendo... As opções vão diminuindo... Tudo ao redor fica acanhado, sem graça, acinzentado.
     Como o anel da canção, que era de vidro e se quebrou, assim também as coisas do mundo são tão frágeis e passageiras!...
     Resta-nos aquele prazer íntimo, conexão quase perfeita com o que existe de criativo em nós. Mudança de hábitos, é o que proponho!  Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar...
     Abramos os nossos corações a conhecermos pessoas, lugares, sabores, diversões que nos permitam a sobrevivência da alma, para que não se curve ante à tristeza, ao desânimo, à saudade. 
 
 
HAIKAI
um recanto alegre
a comida saborosa
agora, lembranças 


 
 










2 comentários:

  1. Saudades de uma Copacabana limpa,muitos cinemas,sorveteria Zero,o Gordon e com menos favelas.O Baalbek ainda está lá,atê guando ?No finalzinho dos anos 60,eu ainda menino ia ao Cirandinha fazer um lanche e curtia um bairro tranquilo e feliz.Valeu a lembrança,abs Parabéns

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  2. Escrevi este texto em sua homenagem, meu caro leitor, Antônio Mayrinck! Que bom que gostou!
    Sim, nos idos de 60, 70, a vida era tranquila e boa. Muito diferente dos tempos atuais... mas vamos tentando descobrir as belezas que restam. Um abraço!

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