domingo, 4 de junho de 2017

TINHA MUITO O QUE DIZER

     Achei um texto interessante numa dessas redes sociais e me identifiquei por completo. Tanto que não exagero se disser que gostaria de tê-lo escrito! De um autor conhecido e reconhecido, um escritor  habilidoso,  falecido em 2014.
     Trata-se de Rubem Alves, cujo título refere-se à jabuticabas, mas garanto que não é delas o tema.
     Interessada no que mais teria escrito, corro à  livraria do bairro e me perco em tão grande número de livros editados. Isto é uma proeza! Para editarmos livros é preciso dinheiro. Custa caro.
     Para quem estudou  Pedagogia, Teologia,  Psicanálise e tornou-se, além de poeta, um cronista de primeira e um contador de histórias, tinha muito o que dizer.
     E com sua linguagem comunicativa, acessível, sem empolamentos desnecessários ao bom texto, o acadêmico campinense hoje é um dos meus preferidos.
     Simples e direto, comenta no referido texto, que me agradou em cheio, não só pela forma da escrita, mas, também, pelo assunto discorrido, tudo aquilo que ele não quer nem ver, nem ouvir, enfim, quer viver o tempo que lhe resta em conformidade com o que lhe vai na alma. Quer ser sincero e autêntico consigo mesmo. Precisa ser feliz com urgência.
     Ele está determinado a ignorar o que lhe constrange, perturba, desagrada, o que lhe rouba o tempo. 
     Num capítulo do livro que estou a ler agora, Os Ipês Amarelos, ele relata sobre o que lhe dá prazer. Como, diz ele, sabiamente, " as pessoas são o que gostam", aprendi a conhece-lo.
     Narra do seu amor aos ipês amarelos, do seu gosto de caminhar sozinho  a apreciar tudo a sua volta; das cachoeiras, música clássica, poesia, som da viola...
     E então, fui me identificando com este autor: música clássica, som da viola, vento na cara, poesia, Monet, jardins(Sou visitante assídua do nosso Jardim Botânico!), comida mineira e por aí vai.
     Um ótimo exercício para nos mantermos numa faixa vibratória boa, serena, benéfica: pensarmos naquilo que nos agrada a alma.
      Fiz o exercício. Ao final, um sorriso leve se manteve no meu rosto. Recordei os meus passeios matinais pra ver o sol nascer,   Sonho de Amor de Lizst,   o encontro com as  saíras-sete-cores tomando banho em bromélias, os momentos em que eu e vovó Ritinha víamos as estrelas nos céus límpidos de  Sapucaia(isto não tem preço!),   as pinturas de Gauguin, as aquarelas de Faya Ostrower...
 
     O mundo é maravilhoso, constatamos, nós dois, eu e Rubem Alves. E , como bem disse em sua crônica,  "escrever é o meu jeito de ficar por aqui". O meu também.
 
     
    
    
    
    

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