sábado, 1 de junho de 2019

A ARTE É A SOLUÇÃO

      Tenho observado que a poesia continua viva, mesmo com tanta feiura  pelo mundo.
     Senão, vejamos estes trechos poéticos,  pinçados de uma autora de agora (Ana Maria Pereira):
"vi andorinhas
carregando sonhos..."
 
"Trilhei o caminho das cataratas
para conversar com a tarde
..." 
" ... ainda nem deslumbrei o sol dentro de mim..."
 
          A Arte salva. Salva aquele que a cria e aquele que a vê. A Arte purifica. Enleva. Anima. Dá-nos resistência ante o sofrimento.
     O ser humano está fadado a criar.  A solução para uma vida menos egoísta e menos perdida é  a Arte.
     Refiro-me a  este prazer da criação que está intrínseco em nós, em nossa alma. Como li noutro dia: "Nascemos gênios, cheios de possibilidades, no entanto a educação nos restringe."
     Naturalmente, o autor se refere à castração da inventividade, que surge, espontaneamente, na experiência da liberdade.
     Vou pelas beiradas, que cada um mergulhe no assunto que lhe aprouver.
     Criar pela vontade, pelo prazer e evitar permitir que o que o mova seja o reconhecimento do outro. É aí que o ser humano, muitas vezes, se perde.
     Numa das minhas visitas à reuniões literárias, pasmem, senhoras e senhores, sobre o que ouvi! Pessoas que não conhecem o idioma, falam e escrevem errado... E ainda se posicionam com ares de sabe-tudo! Uma característica comum nestas pessoas é a verborragia... Quanta ilusão. 
     O que almejam ? Palmas ao final do seu precário e farrapento discurso, desprovido de alma e de conhecimento? Não sei. Fica a pergunta.
     Outro convidado falou, falou e nada disse. Pra fechar, anunciou uma trova! Quanto disparate! Não sabemos o que foi aquilo... uma amiga, ao meu lado, me cutucou e assegurou: Isso não é trova !...  Não, não é, assegurei-lhe.
     E tem mais: Quando anunciam... " Vou dizer uma trovinha..." hum... preparem-se. Coisa boa é que não é!...  
     Trova, soneto, poema... Não tem essa de "trovinha"!
     Não consigo compreender estas investidas de participações em ambientes que deveriam ser cunhados pela correção, pelo conhecimento, interligados, claro, pela alegria e despojamento, este no sentido de simplicidade.
     Difícil ser simples, numa terra de egos inflados.  
    
    
 
    

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