Quero sossego, paz de espírito, suavidade. Mas o mundo é barulhento, querida! O mundo_ os humanos são irascíveis, confusos, dissimulados, conflituosos. E medrosos.
Creio que talvez, por isso, sejamos infelizes. Lutando intimamente pra obtermos a tal felicidade, da qual os mestres mencionam tanto. Pelo menos eu me esforço.
Se dependesse só da gente... Mas não. Vive-se numa sociedade um tanto cruel, um tanto egoísta, um tanto empobrecida de bons sentimentos. Preocupada em primeiro lugar com o poder, com os ganhos materiais, com o tal status.
Tornam-se pedantes, falsos, mentirosos e, muitas vezes, sarcásticos. Até a hora em que lhes aborda o sofrimento. Então, amedrontam-se. Suas carinhas, antes arrogantes, agora expressam uma delicadeza, estão murchos. E de tudo! Da tal arrogância e , coitados, da riqueza de sentimentos bons, aqueles dos quais os mestres não se cansam de repetir, de ensinar.
Muitos sabem da teoria até, porém da prática...
Acordei, como disse, querendo paz. Coloquei o CD ganho de presente de um jovem confrade da Casa da Poesia, há muitos anos: Jardim Secreto. Vejam, o meu gosto estava apropriado.
Mas o vizinho despertou diferente. Queria algo barulhento. Uma batida dos infernos, da mais profunda escuridão. Ou, não... Talvez sentisse somente medo. Medo da solidão. Quer gritar ao mundo seu desespero.
O som altíssimo impedia de ouvirmos o nosso som pacífico. Vim para o quarto e resolvi escrever sobre. Escritor que se preza é assim, qualquer assunto os empurra para o papel. No caso, para as teclas de um computador.
Hoje, Dia Mundial do Escritor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário