segunda-feira, 8 de junho de 2020

UM DIA DE CADA VEZ

     Já não saio mais de casa... já não visito amigas, nem recebo mais! Insegura, evito conversar com vizinhos e funcionários da padaria , ou mesmo da farmácia costumeira. Portaria do prédio? Somente um tchauzinho de longe.
     Que tempos são esses?  Falam agora numa mudança do vírus, que passou a atacar violentamente crianças e adolescentes. Sem piedade. Aliás, parece que piedade esse vírus não tem mesmo.
     Esta meia vida se apresenta  muito mais possante do que o próprio Hércules!...Esperemos que não seja imortal tal qual o herói mitológico...
     Do jeito que as coisas vão, acredito que tudo pode piorar. Senão, vejamos: os cariocas passaram a andar, livremente pelas ruas, exercendo o direito de ir e vir... assim, como se estivéssemos numa sociedade diferenciada, muitos sentindo-se  isentos da obrigatoriedade do uso de máscaras.
   Procuro, pesquiso, mas não vejo ainda uma solução estabelecida. Cruel experiência as crianças estão vivenciando...
     Saudades das manhãs no Jardim Botânico, onde desfrutava de momentos inesquecíveis , observando pássaros, peixes no Lago Frei Leandro, carpas coloridas no lago do Jardim Japonês,  aprendendo a pintar, ou somente caminhando por entre o arvoredo, palmilhando suas aleias ricas de aromas! 
     E , muitas vezes, destes momentos prazerosos, brotavam  poemas! Tudo isso passou, como um filme... Nunca mais serão iguais os meus dias ali.
 
MOMENTO ENCANTADO NO JARDIM
 
A Natureza pródiga estende
um tapete vermelho-carmim
submisso, a meus pés.
A cada minuto, um eco
da tinta rubra que cai na tela
da terra barrenta.
 
Tem um cheiro gostoso...
É um não sei quê de suave e doce...
 
E o som continua a espocar.
 
Estamos sós. Eu e os jambos.
 
     Os cinemas em Ipanema, o Shopping Leblon, as galerias e seus cafés... não creio que tudo volte como era antes, até porque muitos estabelecimentos já haviam cerrado suas portas, falidos, ou quase.
     Tento viver um dia de cada vez, sem imaginar a médio e a longo prazo. Este vírus deu uma grande rasteira na humanidade e não sabemos bem como será daqui por diante.
     Não fazemos ideia, portanto é viver um dia após outro, com hábitos higiênicos reforçados, máscaras (hoje comprei uma de oncinha, era o estampado que tinha!...), sempre levar conosco um vidrinho de álcool gel, nos distanciarmos das pessoas(isto é o mas difícil) e seguirmos em frente alegres(senão, a imunidade pode baixar!...)
     Crianças estudando pelo computador, funcionários de empresas de variados portes em home-office, os cabelos crescendo e não mais " ficando em pé", médicos atendendo pelo valioso WhatsApp... Novos comportamentos surgindo, a humanidade se reinventando... e o vírus seguindo sua faina incansavelmente.
     Certo dia desses, um Guru afirmou  que a prática de alguma técnica meditativa nos ajudará a mantermos e até  a aumentarmos a nossa imunidade. Vamos tentar? 
 

 
 
    
    
    
     

4 comentários:

  1. Que dissertação boa, bem escrita! Seu texto maravilhoso transmite tudo aquilo que realmente é com muita naturalidade. Aprendo a cada dia contigo e me sinto feliz por isso.

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    1. Celinha, obrigada, amiga! Se consegui transmitir ideias verdadeiras com naturalidade, então, fico feliz por isto! Bjs!

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  2. Que simples e gostoso de ler. É tão bom termos escritos assim, da para vivermos e sentirmos como se estivéssemos dentro do texto. Muito bom mesmo....

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  3. Celita, que bom você aqui, apreciando o Blog que é meu, seu, de todos nós! É nosso! Muito feliz com seu comentário também! Bjs!

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