sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PORQUÊS




Por que tanto constrangimento?
Por que minh'alma
Entorna por onde passa,
Esse tom melacólico,
Esse arfar tristonho
Disfarçado em abraços
Que distribuo, fartos?
Em sorrisos com os quais enlaço corações
Atribulados como o meu?

Por quê? Me diga, alma querida, de onde vem
Tanta amargura declinada
no alpendre do meu olhar?

Por que
No céu estupendo,
Avermelhado,
Do entardecer que ruge,
Eu vejo a chaga de Cristo,
Espumando ainda?

Por que
Olhando o mar
Que reflete o céu cheio de estrelas,
Vejo nelas as lágrimas de Maria
Derramadas?...

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