segunda-feira, 11 de julho de 2011

COISAS & CAUSOS

   Admito. Não podemos viver sem elas: as ajudantes do lar. Mas percebo que seu comportamento já não é mais o mesmo. Nada de completar oito horas de serviço! Nenhuma delicadeza para prestar um sevicinho extra, como, por exemplo, se uma visita aparece, inesperadamente. Vão embora quando lhes convêm, ora, ora!
   E algumas tem a língua afiada! Reclamam. Reclamam da hora, da visita, da criança que chora, do patrão que usa uma camisa por dia, da quantidade de roupa para passar a ferro, da patroa que sai  e não avisa se vem para o almoço...e por aí vai...
  Hoje, foi o dia! O dia de confirmar estas minhas observações precárias.
  Simone é correta. Baiana simpática, despachada e sem papas na língua. Prestativa, mas sem nenhum burilamento. Fala o que pensa. Se fosse estudada, diria "sou sincera", mas como não é, reconheço como "lingua solta", quase mal educada.
  Na panela grande, água e sal cobrindo pedaços fartos de cará, uma raiz que aprecio muito, de sabor inigualável. Chego na cozinha, inicio uma prosa regada a café, enquanto ela termina de lavar a pouca louça. De repente, dedo em riste, solta: "__ Olhe, preste atenção no cará , vice? Assim que cozinhar, apague o fogo. " 
   Olhei pra mulher, olhos nos olhos, sorri e tasquei:" __É ruim, heim? Tô fora!..."  Afinal, eu já começara a preparar o frango do almoço. 

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