sábado, 18 de novembro de 2017

A MORTE DA BALEIA

     Não foi por acaso a foto. Não. Tive meus motivos, ao encarar a baleia  morta na areia da praia de Ipanema. Sabemos que nada é permanente, definitivo. Mas aquela vida parecia-me  desperdiçada e causava-me profunda dó. Questiono se já teria cumprido o seu papel no contexto do universo.
     Muitas pessoas em torno comentavam. Uns diziam que já chegara morta na praia, vítima, certamente, do acúmulo de lixo nos oceanos. Outros afirmavam que morrera encalhada na areia. 
     Estes animais, assim como as tartarugas e outros bichos do mar, engolem coisas que lhes fazem mal e lhes roubam a vida. Material que é jogado no mar pelos homens sem consciência.
     O fato serve como alerta, estudo e discussão em salas de aula, a prepararmos as novas gerações para o desabrochar do entendimento da vida e a nossa responsabilidade com ela .
     Quando menina_  lembro-me, era uma manhã feliz de sol, meu pai levou-me a ver uma baleia que tinha encalhado numa praia do Rio de Janeiro. Fiquei tão impressionada! Seu corpanzil era, talvez, três vezes maior do que este da foto.
     Fiquei segurando a mão grande e firme de papai durante todo o passeio. Assim , sentia-me segura, ante aquele bicho incrivelmente grande.
    Nesta ocasião, lembrava-me a todo instante da história de Pinocchio, o boneco encantado de madeira que, ao tentar salvar seu pai  engolido por uma baleia, teve o mesmo destino. Mas tudo acabou bem na história.
    Aqui, no último feriado, de praia lotada, a cena vista por todos era desoladora. Inspirou-nos piedade, tristeza e reflexão sobre a natureza pulsante do nosso planeta. A Terra geme, grita , suplica entendimento e cuidados.
     Quando o sol baixou,  os que se deliciaram com as águas frescas do mar e aproveitaram o sol de primavera deixaram um rastro de imundícies espalhado na areia. Quantas cenas como esta  nossos olhos ainda terão que ver até que a sensibilidade brote dos corações adormecidos?
    
    

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