Fico vendo as notícias alarmantes, mesmo sem querer... mesmo sem planejar...
Na própria internet, quando um site é aberto, lá estão as últimas! Não compro mais jornal, não vejo TV, nada, nada... Recuso-me a entupir meu cérebro de negatividades... Porém, reconheço que a alegria de viver já não é mais a mesma... a vontade de reagir começa a definhar...
Prendo-me quase em desespero à Poesia, aos vídeos que promovo, pesquisando autores dos mais antigos aos menos antigos, procurando trazer à tona a esperança e o conhecimento do belo; aos haicais que podem promover um certo aprimoramento espiritual... Leio os mestres.
Sejamos francos: como é difícil a nossa melhoria interna!...
Talvez, por isso, a pandemia. Conclusão triste a que chego. Uma derrubada no orgulho, na ignorância, na soberba. Um vírus que detona, pouco a pouco, a humanidade...
Detenho-me na arte, na poesia, na apreciação da natureza. É o que nos resta...
Agradeço pela saúde, pela alegria íntima, pelo raciocínio ainda lúcido, pelas memórias boas... Então vêm uma tremenda saudade, nunca senti tanta! E o choro baixinho, a estranheza, o porquê e pra quê fazer certas coisas se o mundo mudou. E há de mudar muito mais! Uma revolução!
Salvam-se as amizades. O bem-querer, a boa vontade, a palavra amiga, o sorriso. Nem todos têm as qualidades que esperamos que tenham. Dizem os mestres que sofremos em virtude dos nossos desejos... É verdade.
Ouço o vento. Ouço um soluço.
Ouço as orações que não afloraram,
Que se desenharam no espaço
Do espírito como voos invisíveis.
Ouço rumores violentos e tormentas,
Ouço sinos emergindo e sons
Que parecem flores molhadas
De orvalho e de luzes jovens.
Ouço uma voz cantando
A voz de alguém que passou
Cantando pela terra.
Ouço o mar. A voz do mar.
E mergulho no silêncio, o meu ser
Úmido de vozes e de sons.
(Augusto Frederico Schmidt)
Que maravilha sua poesia, é de arrepiar mesmo, fiquei emocionada com tanta verdade dita de uma forma tão bela, vc é demais, amei, Sylvia!!!
ResponderExcluirOi, Celinha, você é que é demais! Obrigada pelos comentários que me dão fôlego. A poesia abaixo do texto de Schmidt é, realmente, de arrepiar! Bjs!
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