sábado, 28 de abril de 2012

DECLARAÇÃO DE AMOR

     Poderia ser uma declaração de amor à Terra, nosso planeta tão castigado, principalmente pela indiferença dos homens. E amo tanto este ser vivo que nos acolhe, nos alimenta, nos sustenta. Uma declaração de amor à natureza! E este amor faria brotar a esperança e ampliar  o entendimento de todas as coisas, pois  como dissera um monge tibetano: " A Natureza é o único livro que eu preciso ler."
     Dizer do meu grande amor pela própria vida, que nos dá a oportunidade de nos desenvolvermos, de progredirmos, de nos aperfeiçoarmos. Abençoada vida! E assim, recordo-me de minha mãe, sempre pronta para ajudar; criatura maravilhosa que me impulsionou para a concretização de ideais sonhados. Forte, destemida, arrojada. Tudo o que realizou em vida foi sempre objetivando  o bem.
     Eu também__ e por que não? poderia declarar um sentimento exacerbado por algum homem belo e gentil  que me fizesse ouvir sinos a embalarem sonhos de amor.
     E por aí perco-me quase, a desenrolar o fio das recordações que fazem o coração pulsar acelerado pelo arranque do amor. Pessoas queridas que enriqueceram a minha vida. A família, os parentes, os mestres, os amigos.
    Mas esta página dedico a um outro ser. Sim, faz parte da família, porém, chegou há pouco. Seus olhos me remetem a um tempo passado, quando tudo para mim era uma doce ilusão. Seu olhar traz uma pureza, uma brandura que toca a pureza que existe ainda lá dentro do coração. Mexe com a profundeza do meu ser.
    Sua ingenuidade provoca um sentimento dilatado de amor. Traz à tona aquela alegria deitada no fundo do poço... Mesmo sendo pequenino, cresce em minha mente a sua imagem. Cresce e sua figura alegre e brejeira ilumina meu coração , tomando-o completamente. Ele é a própria poesia que a vida me deu.Uma poesia feita por minha filha em parceria com o meu genro...Mas a sua alma, vinda de outras esferas faz repercutir em nós o som mavioso  da vida!
      A cada minuto, sua presença é tão viva e tão marcante que as palavras soam fracas, débeis sons quase inexpressivos. Não conseguem capturar toda a grandeza desse poema que é meu neto!  Sempre " Nos lábios um sorriso de alegria..."(*)
     " Pouco me importam dores já sofridas..." (*) Sinto-me renovada e feliz.


...
"No fundo de um poço
deitei a alegria
dizendo-lhe: 'Espera,
que volto algum dia,
com louros e rosas,
Amor e Poesia."
...

(trecho de A Alegria, de Cecília Meireles)


(*)trechos de poemas de Renato Travassos
    

2 comentários:

  1. Nossa mãe! Quanto amor! Acho que a alegria entrou no balde do poço e subiu, e transbordou! Te amo! Sentimos sua falta.

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