sexta-feira, 13 de julho de 2012

COMO AUDREY HEPBURN

     Minha amiga foi ao Banco. Calça blue jeans, sapatilha e bolsa pretas, blusa de malha branca com  mangas compridas e um casaquinho básico, em tom vermelho-carmim. Mas estava bonita. Caprichosa, brincos em forma de coração vermelho e um anel de pérolas com a  imagem de uma Santa a enfeitavam na medida. Os cabelos soltos,naquele tom de mel que tanto a favorecia.
     O sorriso esbanjando simpatia estampado em vermelho vivo, do batom da Boticário. Sobrancelhas realçadas com um lápis próprio e  um rímel da Natura passado delicadamente compunham o visual do rosto que nos remetia à lembrança de Audrey Hepburn.
    Já não é a primeira vez ("_E nem será a última!", garante-me ela,rindo) que a moça do caixa encrenca com ela na fila dos idosos. Olha-a de alto a baixo, desnudando-a , com uma expressão no rosto que, faça-nos o favor, ninguém merece!
    Além da desconfiança de que minha amiga  esteja enganando a idade, mostra uma certa maldade.Hoje fui testemunha. Tratou-a com rispidez, com secura na voz e no olhar. Foi perversa.
    Quer dizer que, além da mulher ter que se acostumar com a chegada daquela fase de que ninguém gosta...velhice !... , ainda tem que ficar comprovando o fato. Ora, ora!... É crueldade demais! Ou seria inveja?
    Dia desses  fomos ao cinema. Quando chegamos ao guichê aconteceu a mesma contrariedade. Foi desacreditada, mesmo ao mostrar  a carteira de identidade. A funcionária sorriu de lado, maliciosa, um tanto irônica e não adiantou a minha amiga dizer que já tinha sessenta. A mocinha não acreditou. Duvidou da legitimidade da carteira de identidade!...
    Mas teve que aceitá-la. E minha amiga sorriu, feliz. Afinal, ainda estava em boa forma.
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário