quarta-feira, 4 de julho de 2012

FRIO NA ESPINHA

    Ainda não li nada sobre criança índigo e criança cristal, que tenho ouvido falar na mídia. Noutro dia, no Programa de Ana Maria Braga, houve uma entrevista e o assunto era este. O entrevistado, uma autoridade na Doutrina Espírita. A conversa estava muito interessante , mas eu tinha horário marcado num compromisso e não pude assistir na íntegra.
    Dizem que essas crianças são especiais, trazem consigo uma certa luz, algum conhecimento já, a consciência despertada. Serão a base para um mundo melhor: mais justo, mais equilibrado, mais amoroso.
    Índigo é a cor do chackra frontal,  que fica entre as sobrancelhas, uma região de energia sutil, que eleva a consciência e desenvolve a intuição por excelência. Relaciona-se com o potencial nervoso, mental e psíquico. Serão, portanto, crianças mais intuitivas? Terão essa capacidade acelerada, dons mediúnicos, farão premonições?
    Já a luz cósmica branca flui para o âmago de nossa consciência, é a luz da pureza e da perfeição, da consciência crística. Alguém que se identifica com a luz branca experimenta o crescimento da percepção, a purificação e a cura pela fé. O branco renova a mente e nutre o espírito.
    O que sei é que certas habilidades para a conexão com o mundo extra físico não garantem o desenvolvimento espiritual, ou seja, a doçura natural, a paz íntima, o bem-querer, a paciência, a tolerância, enfim, as qualidades do coração. Pode a mediunidade _ se assim a pessoa desejar, ser um caminho no processo evolutivo, caso aceito com dedicação ao estudo e humildade.
    Ser criança também não significa, necessariamente , que aquela criaturinha pequena e dependente seja dócil e boazinha. Já vi casos de arrepiar, em que a maldade emergia com tanta naturalidade que assustava.
    Um caso para ilustrar: Num certo dia do verão passado, em que tinha feito compras ali, pela Visconde de Pirajá, o cansaço tomou conta. Então, comprei um sorvete no saudoso Chaika e fui até à praça Nossa Senhora da Paz, pensando em me acomodarr num daqueles bancos à sombra de uma árvore amiga para saborear. Sentei-me.
    Logo depois, uma menina loirinha,de olhos azuis, linda como um anjo(ilusoriamente, é assim que imaginamos os anjos...), aproximou-se com passos firmes. Aparentava ter uns cinco, seis anos. Estranhei  o modo  um tanto brusco como  vinha na minha direção.
   E sem nenhuma conversa inicial, começou a me bater com raiva. Apesar do susto , procurei manter a calma e a aparência tranquila, como se nada de especial estivesse acontecendo. Então, ela vociferou: "__ Saia do meu castelo! Saia! Saia!"
    Perdi o gosto naquela manhã. Apesar do calor quase insuportável, um frio percorreu a minha espinha . Insisti. Falei com uma suposta calma que eu era uma fada que tinha vindo visitá-la no castelo. Não adiantou. Seus olhos faiscaram. Então, sentenciou:"__ Vou pegar umas pedras e jogar em você!'
    Diante de tanta determinação em me expusar do banco da praça, aliás, do castelo da bruxa, levantei-me sem pestanejar, rezando para que ela não viesse atrás de mim e eu mantivesse a prudência.
    O mundo está mesmo precisando com urgência de uma faxina geral  e de que renasçam seres tendentes à boa vontade.
   
   
    

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